Autor Tópico: O K está a caminho!  (Lida 137951 vezes)

Offline Cabadapest

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #120 Online: Maio 30, 2013, 11:49:20 »
Viva ao MMA!
Aos praticantes de karate que decidiram se aprofundar nos estudos, fazer pesquisa e procurar se estabilizar profissionalmente através daquilo que faz parte de sua vida, resta migrar para o MMA se não quiser ficar desempregados. Afinal de contas "quem é bom mesmo é o BJJ, o MT e o Boxe" porque sabem "dá porrada". Eu já fui para o handebol faz tempo, pois as portas estavam bem fechadas para trabalhar com karate. >:(

Oss!
"Aquele que está consciente de suas próprias fraquezas será senhor de si mesmo em qualquer situação." Funakoshi.

Offline GUICOMES

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #121 Online: Maio 30, 2013, 11:52:38 »
A porcentagem de quem compete no karate é baixa. Já tem taekwondo olímpico que é bem parecido com o carate wkf, e kung fu que ta na mesma disputa com um número grande de praticantes também. O número de praticantes no karate vem caindo e a rotatividade nos dojo é alta pelo que eu observo, além de não ser nada atrativo pro público leigo de assistir uma competição de karate. Também tem a desculpa de que karate é super fragmentado e o COI cobrou união.
Eu aposto que o Curling atrai muito mais patrocinadores que o karate, que é visto como esporte pra por o filho de 8 anos pra gastar energia.
Quem, senão quem pratica quer assistir ou patrocinar um esporte de dar um toquinho no oponente e dizer que venceu a luta?

Eu sabia que isso tudo não passava de lobby e uma grande campanha de marketing da WKF e o karate jamais vai ser esporte olímpico.

Os professores de Caratê devem estar se sentindo assim:
Treine o que funciona, descarte o que não funciona ou é menos prático. Quem treina igual aos outros tende a ser como o resto.
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Offline PSekiMG

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #122 Online: Maio 30, 2013, 11:55:46 »
Osu,

Perfeito, GUICOMES!
Pura realidade.

Osu.
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Offline BigBoy

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #123 Online: Maio 30, 2013, 12:11:13 »
Uma história triste:

   Vou a um clube aqui em Curitiba muito bom. Em diversos aspectos.

   Neste clube havia/há o karatê tradicional. O público e alunos decrescia em uma lenta taxa de decaimento.

   Certo dia comecei a incomodar a secretaria de esportes sugerindo pra que colocassem judô.
   E eis que um certo mês foi realmente oferecida tal Arte Marcial com uma professora bem CDF, certinha e tudo mais.
   Pois os compromissos da vida fizeram a professora não dar continuidade àquele, no clube em que esperávamos. Eu já até tinha colocado minha filha pra treinar.
   O ano era 2008.

   Descontente, comecei a incomodar um colega meu pra ir dar aulas lá.
   Fanfarrão, brincalhão, jogava as crianças pro alto e as pegava (óbvio...deixar cair no chão é que não, né?), o aquecimento era na base do pega-ladrão (em cada cidade essa brincadeira tem um nome diferente), as competições externas eram divididas em torneios e campeonatos, dando chances para qualquer tipo de praticante participar e várias outras coisas boas.
   Em 2009 passei no concurso pra Pato Branco e fui embora.

   Eis que, ao voltar pro clube quatro anos depois, uma galeria de troféus, uma vice-campeã brasileira, aulas de terça a sábado, duas turmas de alunos, dois salões de aula, às vezes simultâneos, deparo-me com esse meu colega, com a mesma cara de criação, conduzindo aquela parafernália toda, aquele mundaréu de gente. Já coloquei minha filha de volta e o pequenininho também agora. Ambos têm torneios programados para breve. Não me conformo de pensar que para o torneio do pequenininho - com 4 aninhos - há uma categoria de "mais jovens" que ele! 3 aninhos... inacreditável. Todos indo pra luta, pro tatame, com senseis faixa coral presidindo o evento.

   O karatê "fechou" dois horários de aula por falta de quórum. As aulas, ao seu final, os alunos saíam no máximo com as bochechas vermelhas de um ou outro kata que fizeram três vezes. Nunca vi, em todos estes anos, fazerem jyu-kumite ou shiai kumite.

   Vendo isso que aconteceu com o Judô e vendo o karatê, às vezes me vem uma dúvida.

   Por que o karateca crê que seu peido é perfumado, o amarelo do seu mijo é mais bonito no vaso sanitário? Por que a cada geração de karateca, um quer criar um estilo diferente? Por que, ao falar mal de uma associação, o cidadão faz a mesma coisa em sua "nova associação" depois que progride minimamente? Por que um mestre de karatê é medido tanto pelo que ele é como lutador e ao mesmo tempo, já idoso, não tenha formado um mestre sequer com a mesma contundência que a sua própria contundência? Por que o karateca se acha tão especial assim? Por que anda sendo tão difícil visitarmos um dojo de karatê e não vermos mais, ao lado do quadro de Funakoshi o quadro do mestre que graduou faixa preta o professor deste dojo?

   Perdoem-me o desabafo.

[]´s
Big

Offline GUICOMES

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #124 Online: Maio 30, 2013, 12:30:38 »
Bigboy, se o que você procura é achado na turma de judo, porque não treina lá, ao invés de continuar no karate? Já que estamos simplificando, o público do karate do local é outro.
Me questionei ao ler, porque uma comparação com a turma do judo aqui no fórum é válida e comparações com academias de outras lutas não são. Inclusive em um de seus posts mais recentes (ainda não li bem) você diz que a comparação não é justa, que karate serve pra uma coisa, e as outras pra outras coisas (posso ter entendido errado).

Mas as questões que você descreveu são reais... A verdade é que o karate tradicional é chato pra $%&!. Acho que as questões dos dojo serem vazios são tanto erros enormes em questões administrativas (já tentei discutir muitas vezes) quanto no do produto que oferecem em si, apesar de costumarmos olhar só pro karate, mas isso é opinião própria.

Acho fantástico os dojo que trabalham de maneiras criativas e divertidas o karate. Não acho que isso prejudique no aprendizado na arte como defesa pessoal, e acho até necessário dependendo do público que se trabalha. Mas não acho que isso tenha a ver com o tópico ou com o excessivo foco esportivo que a arte esteja recebendo.
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Offline BigBoy

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #125 Online: Maio 30, 2013, 13:28:25 »
   Eu vou praticar Judô sim!

   Eles ficam me enchendo os pacová quando eu vou buscar os filhos e fico sentadinho ali, com os outros pais.

   A questão é que eu tenho um kimono da Bad Boy, azul, com aquelas carinhas (lá da década de 90), cheio de frescura. Se eu visto aquele kimono pra ter aula ali, saio morto.
   Aqui em Curitiba tem a fábrica dos kimonos YAMA (não é do nosso companheiro YAMA!). Ali vou pedir um bom e velho kimono trançado, branco, sem absolutamente nenhuma marca, fru fru, etc. Além de encomendar uma faixa branca de 3,75 m, a única no Brasil.

   Guicomes, eu nunca vou abandonar o karatê. Eu amo o karatê. Eu cresci lendo a Kiai. Quando era criança, subia ao 8o andar da Galeria Ritz aqui em Curitiba com meus amiguinhos, após termos saído do Fliperama, só pra assistirmos às aulas de Judô e de Karatê que um grande mestre ali estava ensinando. Quando chegávamos na academia, a aula parava e ele, com todos os alunos, saudavam a gente com um Oss.

   Nem que eu queira tirar da minha cabeça, isso não sai mais.

   Ver o Basai Dai do Felipe nesses dias, com aquele kimono, com aquela intensidade, me deu vontade de sair correndo pra academia, não fosse esses dez quilos que tenho de perder para adquirir uma mobilidade mínima.

   Karatê é um só.

   Ã‰ de uma tristeza imensa vermos as associações serem gravitacionalmente centrada em pessoas ao invés de estatutos. Assim foi com a JKA, que depois da morte de Nakayama até fitinha isolante separava o Hombu Dojo de uma facção da outra, aqui no Brasil, com o racha de 86, recentemente, pelo que ando sabendo da Interestilos, com o tradicional, após a morte de Nyshiama e assim vai. É absurdo como uma passagem de uma geração para outra, cria uma ramificação absurda. E depois que Yahara morrer? O que será da KWF?

   Karatê é uma luta.

   Adoro as histórias "bem antigas", do D´Elia Sensei, em que é visível que ele não está nem aí pra complicações de nomenclaturas japonesas, malabarismos com abertura e outras frescuras. A preocupação dele era luta. Sangue no olho. Raça. Simples, como uma luta deve ser.
   Há ainda histórias mais recentes, como um mestre do Nordeste, chamado Paulo Afonso. Foi pra porrada dentro dos ringues. Nem quis saber de tais frescuragens.

   Daí, daquele tempo pra cá, criou-se uma redoma em volta do karatê que é assustadora. Comentar-se que tal karateca participou de um desafio a portas fechadas é coisa do capeta. Fulano não fala com sicrano. Associação x, sub-associação y, estilo z, pqp... a diluição compara-se a uma gota de café em um balde de leite.

   Muitos de nós só aprendeu karatê graças às associações e federações, feitas por seres humanos, com defeitos, como nós. Lido com politicagem todo o dia. Ela sempre existiu, existe e continuará existindo, independentemente do país, credo ou etnia. Talvez seja porque comecei a acreditar que seja inerente à perversidade humana essa coisa de puxar a direção de um grupo na direção de seus interesses particulares, maquiando-os como "a bem de todos".

   Eu já disse no passado: se continuarmos assim, aulas de karatê irão ainda virar aulas de kendô. Digo isso com todo o respeito a esta arte marcial. Só comparo com a escassez de locais onde tal arte marcial esteja à disposição.

[]´s
Big

Offline GEM

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #126 Online: Maio 30, 2013, 14:03:59 »
Caro BigBoy, sem querer entrar muito em discussões filosóficas (porque não estou com saco para isto ;D), no clube onde eu treino aconteceu justamente o contrário da sua história.
É um dos clubes mais antigos e tradicionais de Curitiba, onde o judô existe a mais de 30 anos, sendo que o mestre foi técnico da seleção paranaense trocentas vezes e da seleção brasileira também. Já o karatê só começu a ser ofertado em 2008, também depois de muita cobrança dos sócios (eu inclusive). Pois bem, hoje a turma de judô não tem mais que 15 alunos e o karatê mais de 60. Só não tem mais pois não temos uma área exclusiva para nós, tendo que compartilhar com outras atividades, o que limita o número de aulas ofertadas.
Então, o problema não é do karatê e sim do "mestre" que o ensina.

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Karate Wado Ryu

Offline Gustavo-RJ

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #127 Online: Maio 30, 2013, 14:50:32 »
O maior problema do karate é que perdeu a identidade.

Como esporte é um lixo, como defesa pessoal é ineficiente, cada um faz de um jeito e tem trocentos estilos. Qualquer um que soque e chute diz que faz karate.

No seminario do Yahara revi um pouco do karate que aprendi, mas como disse o Big Boy, quando ele morrer acaba a associação dele. Com a morte dos grandes icones, não tem mais graça fazer 1000 gedans barai.

Quem viu, viu. Vai continuar existindo karate, mas de um formato totalmente atequandodizado é muito menos sofrido.

Considerando que todo mundo que treinou muito esta com as juntas fudidas, me questiono se não esta na hora de acabar mesmo.
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Offline PSekiMG

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #128 Online: Maio 30, 2013, 16:25:04 »
Osu,

Por isso treino de portas fechadas e quando me perguntam sobre os batidos e "gritos", digo que é por conta de ter esquecido de tomar o remédio pra loucura.

Karate perdeu mesmo a identidade.

Osu.
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Offline muluk

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #129 Online: Maio 30, 2013, 18:56:49 »
Olha, acho que cada lado tem uma razão.
O karate tem decaido em alunos e qualidade.
Sim, mas não é regra, o que tem ocorrido é que as pessoas tem visado tanto campeonatos, disputas ($$$$ atraves das federações) que tem havido muita dedicação a esportividade, e esses alunos formados nesse karate, tem aprendido o que é somente uma parte do verdadeiro estilo e passado isso aos alunos e ja sabem como termina, um karate ineficiente para a vida. Aí vem o BJJ, boxe MT, que formam guerreiros, estão na mídia atravéz do MMA e também ja sabem como termina, (academias cheias).

Esse papo de que as pessoas procuram arte que aprendam rapido e que o karate é demorado é balela, a visão atual do karate e uma luta que não é mais eficiente, e pessoas querem aprender a bater, se sentirem seguras, e como se sentirão só aprendendo a saltitar.

Tive um aluno que treinou comigo uns 2 meses, veio de outra academia e no dia que o pus num jiu kumite e tomou um soco na cara, nunca mais apareceu. Aí vocês veem no MT o cara saindo com olho roxo, labios cortados e rindo e falando "que treino bão".

Confesso que a média de alunos novos comigo é pouca no karate, mas tem melhorado depois que dividi o tatame (há duas áreas) com o BJJ e estes tem visto que praticamos um karate mais "agressivo", trabalhando o tradicional.

O karate vai melhorar quando deixarmos de lado essa fissura por campeonatos, e praticar um karate tradicional, forte e calejador de guerreiros. Se pelo menos nossos campeonatos fossem mais agressivos (como era antigamente), talvez animassem mais as plateias, que no minimo querem ver um nocalte.

E dessa maneira verão que o karate continua sendo uma arte marcial eficiente e forte, conforme mostra o Lyoto, GSP, etc
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Offline PSekiMG

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #130 Online: Maio 30, 2013, 19:09:05 »
Osu,

Com todo respeito, eu ainda não compreendo essa ideia de quantificar o potencial do Karate através de eventos de mistura de artes marciais. Acho que mostrar que o Karate é bom, desculpem, só é de interesse aos que vivem exclusivamente da arte marcial. Perdoem a franqueza, mas tem muita gente que se diz 6º DAN JKA, por exemplo, mas sequer possui 3º DAN, embora utilize esse recurso para promover seu Dojo. De igual forma, os lutadores que vão aos eventos de mistura de artes marciais servem para aqueles tipos de instrutores como uma espécie de termômetro: se o lutador do Shotokan, por exemplo, perde, significa que o Karate está ruim; se o lutador do Shotokan ganha, mais alunos vão procurar academias do mesmo estilo. Vocês acham isso coerente?

Desculpem mesmo a franqueza, pois não é meu intuito ofender ou desmerecer ninguém.

Osu.
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Offline GEM

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #131 Online: Maio 30, 2013, 19:37:04 »

Tive um aluno que treinou comigo uns 2 meses, veio de outra academia e no dia que o pus num jiu kumite e tomou um soco na cara, nunca mais apareceu. Aí vocês veem no MT o cara saindo com olho roxo, labios cortados e rindo e falando "que treino bão".


Interessante você comentar isto muluk, a umas 2 ou 3 semanas atrás fizemos um treino "às antigas", daqueles que acertamos socos e chutes no tronco e pernas, sem luvas (mas com bom senso, é lógico, para não causar contusões ao parceiro de treino). Os mais antigos do karatê sairam justamente falando isto: puxa que treino bom! Já outros, mais novos (de idade e de karatê) não gostaram. P.orra, karatê é ou não uma luta afinal de contas?!
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Offline muluk

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #132 Online: Maio 30, 2013, 20:08:33 »

Tive um aluno que treinou comigo uns 2 meses, veio de outra academia e no dia que o pus num jiu kumite e tomou um soco na cara, nunca mais apareceu. Aí vocês veem no MT o cara saindo com olho roxo, labios cortados e rindo e falando "que treino bão".


Interessante você comentar isto muluk, a umas 2 ou 3 semanas atrás fizemos um treino "às antigas", daqueles que acertamos socos e chutes no tronco e pernas, sem luvas (mas com bom senso, é lógico, para não causar contusões ao parceiro de treino). Os mais antigos do karatê sairam justamente falando isto: puxa que treino bom! Já outros, mais novos (de idade e de karatê) não gostaram. P.orra, karatê é ou não uma luta afinal de contas?!

É exatamente o que penso, poxa, lutei muito para ser preta, levei muito soco e se hoje eu não me sentir seguro em poder usar o que sei se um dia precisar, então não sou digno de usar uma faixa na cintura nem dar aula.

E frisando o que falei, o treino foi nos moldes como você fez, logico, há acidentes como esse que mencionei, de um ter sido atingido no rosto, mas faz parte.

Karate é arte marcial, usada por guerreiros, luta mortal, é isso!
« Última modificação: Maio 30, 2013, 20:22:13 por muluk »
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Offline Rodrigo (Rodfu)

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #133 Online: Maio 30, 2013, 20:34:16 »
Cara, não vejo tal crise no karate. O problema da maioria das pessoas daqui é que vimos o auge do karate no Brasil e talvez no mundo. Passou, assim como a onda do JJ também passou. Há, sim, uma crise em todas as atividades físicas. É geral e irrestrito. Minha mulher trabalha com isso e tenho muitos amigos que trabalham ou praticam e a conclusão é a mesma: a gurizada não quer fazer nada que não tenha uma tela na frente dos olhos. Tudo é chato, difícil demais, o professor não faz do jeito que eu quero, etc.
Basta olhar pras academias em geral, vemos muita gente a partir dos 20 e poucos anos, especialmente acima dos 30.  Quando eu comecei, um cara de 40 na academia era até estranho. Esse é um ponto.

Outra coisa é o seguinte detalhe óbvio: quando nós começamos haviam quantos professores? Havia meia dúzia. Hoje quantas pessoas dão aula? Então tu junta o público que diminuiu e os professores que multiplicaram e vai perceber que as turmas só podem ser menores.


Gente ruim dando aula também sempre existiu, hoje eles só estão aí em maior número. Acho que a divisão do karate é boa e ruim. Ruim, porque facilita a politicagem e as birras; boa, porque é a riqueza do karate. O karate é uma arte tão complexa que entre os grandes da história há caras grandes e pequenos; caras magros e caras muito fortes; rápidos e muito lentos; e assim vamos quase infinitamente. O karate permite isso, é algo tão amplo que permite que qualquer um possa lutar direito. As federações são uma perversão que não atinge, ou não deveria atingir, as aulas dos bons professores.

A única coisa que acho fundamental que os professores percebam antes que seja tarde é o seguinte: eles precisam voltar a dar aulas para crianças, para o maior número possível delas. Acho muito difícil que alguém que comece a treinar karate depois de adulto dê continuidade à arte. Algo precisa ser feito nesse sentido. Mas também acho que o karate vai ser, em larga medida, chato pra cacete quando comparado com outras artes. Por questões bem específicas do karate, e acho que são várias. Um exemplo?  Se o guri com 5 anos de idade vai pra aula de judô, logo no primeiro dia ele já faz randori. O que acontece? Via de regra, nada. Ele é desequilibrado pelo coleguinha e cai no tatame macio, com seus ossos macios e suas cartilagens em formação. O que acontece se o professor colocar o Joãozinho pra lutar karate no primeiro dia?  Via de regra, o João vai levar ou dar uma porrada na boca de alguém e vai dar $%&!. A mãe vai tirar o guri e ele nunca mais volta.

Acho que tentar tirar proveito das práticas alheias é uma coisa, mas karate é algo bem específico que não pode ser confundido com outras coisas. Minha opinião.
« Última modificação: Maio 30, 2013, 20:35:53 por Rodrigo (Rodfu) »
Abraços,
Rodrigo

Offline GEM

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Re:O K está a caminho!
« Resposta #134 Online: Maio 30, 2013, 20:46:59 »
Já que falamos do auge do karatê, este aí de baixo é fera e com 66 anos (mesma idade do Yahara) - Dominique Valera.
Karate Wado Ryu