Tópico: Novas regras WKF - Minhas impressões

[J.Lezon]

Amigo GEM e Cabadapest,

Já me foi dada informação suficiente para eu poder dizer o que pretendia.
 
Com efeito, longe de mim querer dizer mal do sistema utilizado por vocês, quero apenas dar-vos a conhecer a grande diferença existente com o que se passa cá.

Para começar, vou tratar só do Kumite porque acho aqui a grande diferença. Na FNK-P - Federação Nacional Karate Portugal, as categorias são quatro como seguem:

- Juvenis      -    Dos 12 aos 13 anos
- Cadetes     -    Dos 14 aos 15 anos
- Juniores     -    Dos 16 aos 17 anos
- Seniores    -    Maior ou igual a 18 anos

Querem saber os pesos? Acho não ser necessário pois aí deve ser igual

Para Katas, temos:

Individual:

- Infantil        -   Até aos 9 anos
- Iniciados      -  Dos 10 aos 11 anos
- Juvenis        -  Dos 12 aos 13 anos
- Cadetes       -  Dos 14 aos 15 anos
- Juniores       -  Dos a6 aos 17 anos
- Seniores      -  Maior ou igual a 16 anos

Kata Equipa:

- Juvenis        -  Dos 12 aos 13 anos
- Juniores       -  Dos 14 aos 17 anos
- Seniores      -  Maior ou igual a 16 anos

Dito isto, quero dizer que fiquei admirado que façam provas de Kumite por graduação. Aqui isso não existe. Para que saibam, a graduação não conta para se poder fazer Kumite. Aproveito para infornar que um aluno meu que era 7º.Kyu no meu estilo (cinto laranja), foi campeão nacional Senior de todos os estilos, tendo ganho a final a um 3º.Dan.

Portanto, as divisões por graduações aqui não existem. Obviamente que os instrutores é que têm de ser conscientes para não levarem aos campeonatos "carne para canhão". No meu caso específico, eu só levava para as provas alunos com possibilidades para ganhar.

Mas voltando às graduações, tanto em Kata como em Kumite, não há divisões.

Era isto que eu queria dizer-vos.

Hai!
Lezon    



  

[Alexander dos santos]

Prezado Sensei Lezon,

Com todo o respeito, não concordo com a não divisão por graduação nas competições (tanto de kata, quanto pra kumitê). Explico minha visão...

Para mim, colocar pessoas de graduações diferentes para competir em kata, normalmente vai colocar o menos graduado em desvantagem, ou o mais graduado numa situação no mínimo vexatória. Para mim (não sei se sou radical demais, mas eu vejo assim), um mais graduado, tem a obrigação de fazer katas melhor que um menos graduado. Não importa quanto tempo um dedique mais treino que o outro. Além disso, corre-se o risco de algumas deturpações no treinamento e no julgamento. Quanto ao julgamento, por mais que não queira, o rigor na análise de um kata para um mais graduado será sempre mais dura do que para um menos graduado, ou pode haver ainda, um protecionismo ao mais graduado. Quanto ao treinamento, tende-se a ter um aluno de baixa graduação pulando etapas importantes de seu aprendizado só para se dedicar a execuções de katas que ainda não tem compreensão técnica para aprender.

No kumitê o negócio ainda é pior na minha modesta opinião.

Colocar um 7º kyu (eu sei que se o senhor fez isso, o senhor acreditava que ele poderia competir) para lutar contra um 3º Dan, é no mínimo temerário. Uma vez que o lutador de 3º Dan tem mais experiência de combate, e que seguramente tem mais recursos técnicos, o que pode haver é um risco elevado para a segurança do lutador de 7º kyu.

Sei que alguns poderão argumentar que uma luta entre um lutador de 7º kyu contra um lutador de 3º Dan é mais segura que uma luta contra outro 7º kyu, mas eu discordo, pois o árbitro tem como controlar isso. Agora numa luta com este disparate técnico, poderia surgir uma aplicação inesperada do faixa preta que poderia causar um ferimento mais forte no menos graduado.

Para mim, não deveria existir competição para atletas abaixo da roxa, mas já que existe, o mais correto é separá-los por graduação, para que adquiram a experiência necessária e o tempo de koto suficiente para enfrentar adversários de maior qualidade com maior segurança.

Sei que pode ser uma visão radical a minha, mas é como vejo a segurança para o atleta pouco graduado, e o resguardo moral para o atleta mais graduado.

Um abraço!!!

[GEM]

Portanto, as divisões por graduações aqui não existem. Obviamente que os instrutores é que têm de ser conscientes para não levarem aos campeonatos "carne para canhão". No meu caso específico, eu só levava para as provas alunos com possibilidades para ganhar.
 

Caro Lezon,

Aí que que reside o problema! Já sabendo da qualidade dos instrutores que temos por aqui, as federações fazem a separação por graduações (e devo dizer que concordo justamente pela falta de consciência de alguns instrutores).

HAI.

[Tsuki]

Não posso dizer com certeza, mas acho que aqui no ES no kumite não tem separação de graduação não. È por peso e idade. Acho que só no kata que tem. De branca a verde, e de roxa em diante.

[Tsuki]

Acho que aqui tem uma categoria adulta para iniciantes (branca/amarela). Como de costume a maioria dos adultos já são bem graduados, acho que fizeram uma categoria para os adultos iniciantes não ficarem em muita desvantagem.

[Cabadapest]

Sou a favor de oportunizar a todos que gostam de competir, faixa preta que perde pra faixa colorida é faixa colorida.
Numa coisa eu tenho que concordar com o nosso amigo português, não dá tambem para fazer um campeonato mundial de faixas coloridas. Acho que a nível até estadual todo mundo se conhece e é legal incentivar a participação, se não vão fazer "gato" colocando preta  desconhecido no meio de iniciantes.

Oss!

[J.Lezon]

Prezado Sensei Lezon,

Com todo o respeito, não concordo com a não divisão por graduação nas competições (tanto de kata, quanto pra kumitê). Explico minha visão...

Para mim, colocar pessoas de graduações diferentes para competir em kata, normalmente vai colocar o menos graduado em desvantagem, ou o mais graduado numa situação no mínimo vexatória. Para mim (não sei se sou radical demais, mas eu vejo assim), um mais graduado, tem a obrigação de fazer katas melhor que um menos graduado. Não importa quanto tempo um dedique mais treino que o outro. Além disso, corre-se o risco de algumas deturpações no treinamento e no julgamento. Quanto ao julgamento, por mais que não queira, o rigor na análise de um kata para um mais graduado será sempre mais dura do que para um menos graduado, ou pode haver ainda, um protecionismo ao mais graduado. Quanto ao treinamento, tende-se a ter um aluno de baixa graduação pulando etapas importantes de seu aprendizado só para se dedicar a execuções de katas que ainda não tem compreensão técnica para aprender.

No kumitê o negócio ainda é pior na minha modesta opinião.

Colocar um 7º kyu (eu sei que se o senhor fez isso, o senhor acreditava que ele poderia competir) para lutar contra um 3º Dan, é no mínimo temerário. Uma vez que o lutador de 3º Dan tem mais experiência de combate, e que seguramente tem mais recursos técnicos, o que pode haver é um risco elevado para a segurança do lutador de 7º kyu.

Sei que alguns poderão argumentar que uma luta entre um lutador de 7º kyu contra um lutador de 3º Dan é mais segura que uma luta contra outro 7º kyu, mas eu discordo, pois o árbitro tem como controlar isso. Agora numa luta com este disparate técnico, poderia surgir uma aplicação inesperada do faixa preta que poderia causar um ferimento mais forte no menos graduado.

Para mim, não deveria existir competição para atletas abaixo da roxa, mas já que existe, o mais correto é separá-los por graduação, para que adquiram a experiência necessária e o tempo de koto suficiente para enfrentar adversários de maior qualidade com maior segurança.

Sei que pode ser uma visão radical a minha, mas é como vejo a segurança para o atleta pouco graduado, e o resguardo moral para o atleta mais graduado.

Um abraço!!!

Amigo Alexander e restantes amigos do fórum,

Como foi dito por mim a divisão de graduações aqui não se faz. Nas provas de Kata, como é óbvio,  o instrutor só inscreve o Karateca  que tem qualidade técnica para isso, caso contrário nunca o inscreve. Ninguém quer saber qual a graduação que tem, o que interessa é que é um competidor e que sabe pelo menos 7 Katas superiores, isto na categorias de seniores.

Quanto ao Kumite, como muito bem sabe, trata-se de um "jogo", e a graduação elevada pode não contar para nada. Não sei se sabe mas há atletas, repare que estou a dizer "atletas " e não Karatecas, que são treinados apenas e só para competir, e que não querem saber de graduações para nada. Agora já há só quem treina para as competições, são profissionais. São lhes ensinado técnicas base e depois todo o resto que faz parte do tal "jogo". Se me perguntar se eu acho isto correto, claro que não, mas como se trata de um jogo baseado em regras, então tudo é válido.

A competição é assim e ninguém a pode parar.  Ela tem muitas coisas boas mas também tem muitas más, como é evidente.

Quanto ao tal meu aluno que em 1991 foi campeão, foi no peso menos 65 Kg, e para chegar à final teve de ganhar 5 combates. Naquela época, o sistema era bem diferente do que é hoje.

Já agora, querem saber como se fazem aqui os campeonatos?

Hai!
Lezon    

[Alexander dos santos]

Sensei Lezon,

Eu não tinha visto ainda sua resposta, pois tenho tido pouco tempo para olhar os tópicos por dentro. Mas algumas ponderações minhas.

O cara saber pelo menos 7 katas superiores, normalmente (digo como padrão para karateca), tem que ser mais graduado. Agora, concordo com o senhor, em competição tem os karatecas e os atletas, faz parte do jogo... joga quem quer... tem seu lado bom e ruim... aí não tenho como discutir com o senhor...

Agora, eu quero saber como é o molde de competição aí!!!