Autor Tópico: Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan  (Lida 5977 vezes)

Offline Gustavo-RJ

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2.475
  • Votos: +5/-2
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #15 Online: Novembro 09, 2012, 14:41:55 »
E no Bonenkai da gente? Você ja é prata da casa! 8)

Dia 15 tou lá.
"Ai se eu te pego, ai, ai."
Gustavo-RJ

Offline Kohai_Taigen

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 355
  • Votos: +0/-0
  • André Lima
    • Kohai Karate Do
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #16 Online: Novembro 09, 2012, 14:48:33 »
Oss!
André Lima
Faixa-Preta da escola Taigen de Karate Shotokan.

Offline Eros José Sanches

  • Full Member
  • ***
  • Mensagens: 206
  • Votos: +0/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #17 Online: Novembro 09, 2012, 21:45:50 »
Osu!

Vou refazer o pensamento, ainda que já expresso:

A denominação Karate-dô pode ser considerada “oficializada” pela aceitação da arte marcial, apresentada por O’Sensei Funakoshi no Japão (o Tôde), nos moldes que ele a reconfigurou (Karate), quando a Botokukai a reconheceu oficialmente (1935).
Antes disso vêm as reformas feitas pelo Mestre (logo que ele iniciou o ensino do Karate-dô no Japão, em 1922), e a formação do primeiro clube universitário de Karate-dô na Universidade Keiô, em 1924, quando o Mestre apresentou um “conceito” para a denominação daquela Arte Marcial: Dai Nippon Kempo Karate-Dō.

As obras de O’Sensei Funakoshi são:
Ryukyu Kempo Tôde, 1922
Rentam Goshin Tôde Jûtsu, 1925
Karate-Do Kyohan, 1935
Karate Nyumon, 1943
Karate-Do Kyohan, 1958
Karate-dô My Way of Life

As referências ao “Karate-jûtsu” estão ligadas às traduções adaptativas do inglês (tem até um livro denominado “Karate-jutsu” atribuído a Gichin Funakoshi). Porém, se o Kanji original do livro em questão trata-se do termo Karate-jûtsu, ainda seria no ano de 1925, portanto não se aplicaria ao conceito de “antigo”, historicamente falando. Como disse, o Karate-jûtsu vem sendo tratado como um resgate da Arte Marcial de Okinawa, onde o termo, definitivamente, não se aplica. Portanto, continuo afirmando que essa nomenclatura não corresponde à verdade histórica.

Outra questão levantada aqui, sobre o Mestre Funakoshi ser contrário ao combate, acredito tratar-se de uma interpretação errônea: em um conceito de Ikken Hissatsu, lutar significa matar ou morrer, portanto o combate como “treino” não parece lógico, mas, a prática do Kata, sim.
A criação posterior do Yakusoku Kumite, como modernização para o Jissen Kumite, vem satisfazer isso. Posteriormente Sensei Nakayama “resolveu” a questão (sem revogá-la) utilizando o Sun-Dome.

Sobre a faixa-coral, lembro que estou questionando seu uso no estilo Shôtôkan. Pelo que sei, Sensei Benedito também graduou-se em Gôjû-ryû, que embora eu não saiba a qual escola ele pertença, dentro do estilo, ou que nível possua, tendo a crer que essa faixa-coral represente aquele estilo.
A informação de que tal Sensei usa a faixa-coral porque possui esse nível no Judô é, no mínimo, curiosa. A representação do nível em uma Arte Marcial o habilita para usá-la em outra? Questionável...
Afirmo, contudo que não estou a criticar pessoas, mas, a deixar claro que essa prática não possui respaldo tradicional (considerando o conceito de tradição = ato de transmitir, e não de uma ou outra federação que assim se denomine) no estilo Shôtôkan.
Se nos reportarmos aos Mestres que receberam seus níveis do próprio O’Sensei Funakoshi (Okazaki e Harada), não os vemos utilizando outras faixas, que não seja a preta, ainda que tropeçando na quantidade de Dan.

Osu.

P.S. Alexander, não estou conseguindo enviar MP (estou com problemas com a ferramenta do site para esse fim). Envie-lhe um e-mail para o endereço eletrônico que você disponibilizou em seu perfil. Recebeu?
"A popularidade internacional alcançada pelo Karate-do é recente, mas essa é uma popularidade que os professores de Karate devem fomentar e usar com grande cuidado" (Gichin Funakoshi, 1956)

Offline Marquinhos

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 536
  • Votos: +1/-0
  • Hatsu Un Jin Do
    • Marcos Piolla Pugnax Animation
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #18 Online: Novembro 09, 2012, 22:01:04 »
Eros,

vou interagir por parágrafo pra não me perder:

1- A criação de estilos é inerente à visão individual de cada pessoa que se gradua como Professor. O Karate de Matsumura não é o mesmo de Itosu e Asato e nem tampouco de Funakoshi e assim por diante, porém, as suas buscas deveriam ser as mesmas. Assim se desenvolve na arte.

A busca pela eficiência na defesa pessoal não tem nada a ver com o MMA. São coisas diferentes com objetivos diferentes. Infelizmente as pessoas confundem.

2- O Karate-jutsu, divulgado como a busca pessoal do meu velho colega Vinicio Antony, foi um termo cunhado pelo próprio Funakoshi pra substituir o termo antigo Ryukyu Toudi Kempo e depois novamente modificado para Karate-Do (por influência de Kano Sensei e da Dai Nippon Butokukai)

Pelo que entendo, a busca do Vinício não é de um "Karate antigo" mas de um Karate completo como já foi um dia. Manter a mesma busca dos nossos antepassados marciais é ser verdadeiramente tradicionalistas. As quedas, shime-waza e kansetsu-waza que o Vinício propaga são muito mais eficientes e atuais do que as praticadas no Toudi de antigamente. A técnica evolui mas o objetivo permanece. Acho que essa é a busca dele e, portanto não difere nem um pouco da minha...

3- Isso é uma questão meramente semântica, visto que To-de ou Toudi pode ser muito bem pronunciado Karate... a técnica aprendida por Funakoshi era a mesma do chamado Toudi. O resgate, como disse, é o de um Karate mais completo. Esse, sim é pertinente e deveria ser o foco de cada um aqui. Que nome vamos dar a isso, não importa. Desde que seja Karate!

4- Havia uma enorme gama de projeções usadas no Toudi oriundas do Tegumi (que não estão em Karate-do Kyohan), assim como de kansetsu-waza, então chamado de Torite. O que não havia, pelo menos não há nenhum indício disso, era luta de chão. Mas eu acho que deveria ser estudado por todos os karate-ka avançados...

5- Segundo Funakoshi, não existe isso de Shotokan. Ele se recusava a aceitar a alcunha de criador de estilo ou escola e afirmava que só repassou aquilo que aprendeu de seus Mestres, Azato, Itosu e Matsumura. O "estilo" foi uma conclusão que seus alunos chegaram por conta própria. Por isso, pra mim, existe Karate. Só Karate. Se tiver que fazer alguma segmentação eu parafrasearia alguns colegas mais antigos daqui dizendo que há bom Karate e Karate ruim. Fora isso, é gente que gosta de andar em bando e formar grupinhos e precisa segmentar pra escolher um grupo. Funakoshi treinava com todos que tinham algo a acrescentar e estimulava seu filho a fazer o mesmo. Se eu tiver que seguir um exemplo, seguirei o dele.

Quanto às competições, tem um relato do próprio Nakayama dizendo o porque da sua escolha em apresentar o Karate como esporte. Os encontros eram uma carnificina, com lesões sérias e lutadores banhados em sangue. Ele percebeu que se não virasse um esporte, acabaria, pois o público leigo não aprovaria nada daquilo. (se eu achar o artigo eu posto aqui...)

Já quanto às inovações científicas, eu tenho minhas ressalvas. Karate não é uma ciência e nem os métodos de Nakayama. Mas ele chegou mais perto, porém, seus objetivos eram o esporte. Karate é uma Arte! Não ciência.

6- As inovações de Nakayama foram, assim como as outras, feitas com focos muito específicos, ou seja, com objetivos diferentes dos que motivaram a evolução da arte primordialmente. Ele não promoveu evolução da arte, mas a mudança rumo à criação de outra coisa que ele julgava ser mais apropriada para o local e data. Mudando o objetivo, ele mudou a Arte. Fez dela um esporte. Não vou comentar o Shotokai...

7- O uso de um obi diferenciado é uma ostentação fútil, ao meu ver. Funakoshi nunca foi fotografado com uma. Se eu atingisse um dia um grau como esse eu também não usaria. Gosto mais da ideia de uma faixa preta que, de tanto treinar com ela, ficou branca de novo. Implica em treino constante e o fechamento de um ciclo onde voltamos a ser eternos aprendizes. Na verdade, eu já disse aqui que não treino mais de do-gi, muito menos de faixa, se eu puder evitar... se não puder, vou passar a usar um do-gi que pretendo adquirir da marca Kenshusei feito em Pinak cujo tecido parece ser mais amigável.

Isso tudo é uma implementação dos anos 20 a 30. Não é nada tradicional...

8- Falou tudo! Se quisermos ser tradicionais, devemos buscar exatamente àquilo que nossos falecidos Mestres buscavam. Esqueçamos as vaidades, as escolas e, principalmente, os dogmas. Toda arte requer liberdade artística e a nossa não é exceção.

OSS!

1- Isso que será abordado aqui, certamente, tem influência na multiplicidade das Federações e a consequente “liberdade de expressão”, gerado por interpretações pessoais de seus dirigentes. Outra consequência – assim acredito – é a busca pela eficiência na defesa pessoal e o panorama do MMA, refletindo na leitura pessoal dessa eficiência na forma isolada de cada arte marcial.

2- Há, nos dias de hoje, a divulgação do chamado Karate-jûtsu. Independente da técnica, que eu achei bem eficiente, gostaria de por em discussão a validade do termo.
Quem estabelece esse novo conceito apregoa tratar-se de um resgate do “antigo” Karate, defendendo a questão das projeções como algo existente no Karate de Okinawa.

3- Vou abordar em partes.
Inicialmente a validade do termo Karate-jûtsu. Em se tratando de história podemos afirmar que nuca existiu tal termo. Por dois motivos básicos: o primeiro é que não existe Karate “antigo”. Quando o termo foi validado por O’Sensei Funakoshi (não considerando aqui a iniciativa de Chômo Hanashiro-sensei, em 1905) já nos encontrávamos em 1922, portanto nos dias modernos. Segundo porque, antes disso, não existia Karate, mas, sim o Tôde de Okinawa.
Portanto qualquer resgate mais antigo que O’Sensei Funakoshi deve denominar-se Tôde, ou simplesmente Te/Tii. Após O’Sensei Funakoshi só teremos Karate-dô, e a caracterização dos primeiros estilos.

4- Sobre as projeções existentes no Tôde. Já vi alguns debates aqui no Fórum, sobre aspectos bastante simples dessas técnicas (baseados no Karate-dô Kyôhan), distinguindo-as de artes mais elaboradas como o Jûjûtsu ou o próprio Judô. O que leva ao questionamento sobre a existência de uma gama muito variada de projeções ou lutas de chão existentes no Tôde.

5- Agora vem um aspecto mais delicado. O estilo Shôtôkan e suas origens.
Muito se tem falado que Massatoshi Nakayama-sensei foi “abolindo” técnicas para tornar o Karate competitivo. Há controvérsias! Nos vídeos mais antigos, percebemos que Sensei Nakayama faz uso frequente de apressamentos e torções e, embora a prática esportiva tenha supervalorizado alguns golpes, a insistência de Sensei Nakayama em apresentar a competição como um novo “braço” do Karate-dô é notória.
Assim, acho que a teoria de simplificação técnica em prol das competições, está destituída de comprovação histórica.
O Shôtôkan é fruto de profundas reformas sim, porém, com a participação de inúmeros Mestres, entre eles Gigo, Ôtsuka, Hironishi, Egami, entre outros. O próprio Shôtôkai refere-se ao incentivo que O’Sensei Funakoshi dava às inovações científicas.

6- Desta forma, acho amplamente válida as inovações de Nakayama e a caracterização do estilo Shôtôkan a partir de sua intervenção, já que outros mestres rumaram para outras interpretações técnicas gerando outro estilo: o Shôtôkai (sim, estou defendendo a tese que ambos os estilos me parecem válidos, portanto distintos).

7- Agora uma última consideração que está, ao meu ver, relacionada às Federações. É o uso de faixa-coral por alguns Sensei dentro do Estilo Shôtôkan.
Historicamente isso não existe. Trata-se de uma nova interpretação, baseado sem dúvida, nos estilos que o utilizam.
O que sabemos sobre as cores das Obi? Jigorô Kanô-sensei, fazendo suas inovadoras interpretações do Jûjûtsu, desenhou um uniforme e estabeleceu uma representação para os já existentes (e antiguíssimos) graus (Kyû) e níveis (Dan). Ao que parece, para os Kyû, em sua totalidade, determinou a cor branca e para os Dan, a cor preta, sendo que utilizou a cor vermelha para indicar os Dan mais avançados. Nada sei sobre a cor “coral”, bem podendo tratar-se de algo mais moderno para diferenciar Dan avançados, mas, intermediários, por assim dizer. O mesmo serve para os “riscos” indicativos de Dan.
As faixas coloridas para Kyû, é invenção moderna dos europeus, provavelmente franceses.

8- Com tudo isso amigos, se desejamos levar para os nossos Dôjô de Karate-dô Shôtôkan, algo tradicional, é bom fazermos análises concretas dos dados e ainda, considerarmos a validade de símbolos bem mais ligados à vaidade do que às técnicas.

Não tenho certeza se todos os dados aqui apresentados possuem respaldo histórico em fontes, pelo que agradeceria correções baseadas em fontes fidedignas.
Marcos Piolla - OSS!
--------------------------------------
空手道は礼に始まり、礼に終る事を忘れるな。
"Karate-Do começa e termina com respeito"
Shoto - Funakoshi

Offline GUICOMES

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1.282
  • Votos: +0/-0
  • Rio Grande do Sul. Superior.
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #19 Online: Novembro 09, 2012, 22:59:19 »
Funakoshi era contra lutar, prezava muito o auto-controle e escreveu sobre isso em sua biografia, mas é sabido que também era contra treino de sparring, principalmente livre, por conta dos acidentes inevitáveis quando clubes diferentes se encontravam e não se admitia proteção. Neste sentido ele era descrito como um pé no saco e inclusive o Nishiyama disse em Poa que suas aulas eram só kata, extremamente chatas e demandavam muita disciplina mental.

Segundo relatos naquela época era comum esse proto-shotokan levar a pior pro pessoal do goju, já bem a frente em relação a treino de kumite, o que pra mim evidencia que o objetivo de Funakoshi, e não Nakayama, era mostrar uma versão "aguada" do karate e pelo que sempre entendi, foi que ele mesmo aprendeu essa versão. Ele praticamente foi formado em um karate sem o comprometimento com a violência que outros foram expostos.

O bogu kumite já vinha sendo testado em algumas escolas, até dentro da JKA o foi, e inclusive isto coloca o karate como pioneiro no uso de vários equipamentos hoje difundidos na arte marcial. O lance do sun dome foi instaurado por Keigo Abe, segundo o mesmo em entrevista.

Essa estória TODA de faixas não tem referência em nada. Funakoshi amarrava a faixa de lado, que nem chinês, quando começou a usar gi pra treino. Em relação à graduação, cada um faz como quer.
"Na verdade, eu já disse aqui que não treino mais de do-gi, muito menos de faixa, se eu puder evitar..." - Faço o mesmo.
Treine o que funciona, descarte o que não funciona ou é menos prático. Quem treina igual aos outros tende a ser como o resto.
You are all aware of the price of failure. (skeletor)

Offline Tsuki

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1.054
  • Votos: +1/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #20 Online: Novembro 09, 2012, 23:10:40 »
Gosto da ideia de karate ser apenas karate! Sem ligar para nomes, estilos ou federações! Acho uma ideia instigante! Eu mesmo, se tivesse a oportunidade estudaria algum estilo de Okinawa, como Shorin, Goju ryu (nao o Goju kai) ou Uechi ryu, me interessa mais o Uechi ryu. Acho que seria algo muito bom, e que nao atrapalharia em nada o desenvolvimento no "shotokan"
Oq define um bom Karateka segundo Shoshin Nagamine:

"Punho infernal, coração santo."

Offline katsumoto

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2.936
  • Votos: +2/-19
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #21 Online: Novembro 10, 2012, 07:04:45 »
O Sun dome nao foi inventado pelo Sensei Abe, que é somente mais um oportunista que quer se aproveitar sa situacao. Foi Nakayama Sensei, com a ajuda de Nishiyama e Okazaki quem sistematizou o conceito.
Numa das entrevistas do Abe ele tambem disse ter inventado o Yakusoku Kumite.
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline Rodrigo (Rodfu)

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 776
  • Votos: +0/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #22 Online: Novembro 10, 2012, 10:18:55 »
Entendo os motivos que podem levar a acreditar que Funakoshi fosse mais "teórico" em relação ao aspecto da luta. Mas me pergunto se seria possível que um cara que não soubesse nada de luta, ou que não encorajasse ninguém a treinar assim, tenha formado pessoas como Nakayama, Nishiyama, Kanazawa, etc? Além disso, por que Jigoro Kano teria dado tanta força ao karate, logo ele que rompeu com o antigo treinamento de Ju-jutsu e criou o Kodokan, uma pessoa extremamente voltada para a aplicação práica do conhecimento? Será mesmo que o treino era só kata, sem aplicação pra luta? Sinceramente, não acredito nisso.

Tenho ficado cada vez mais com vontade de conhecer as Filipinas. Aquele documentário, Kali means to scrape, mostra uma realidade que acredito estar bem próxima do karate de Okinawa. Não vejo sentido em pessoas ensinarem uma caricatura de sistema de luta numa ilha minúscula, no século 19, onde a porrada comia de verdade e ninguém cobrava(ou quase ninguém) pra dar aula. Qual a vantagem? Além disso, o ensino era secreto. Estratégia de marketing esquisita.

As faixas entraram simplesmente como forma de adequação ao Butokukai, para que o karate
fosse reconhecido. Sistema do Kendo e do Judô, mera questão política. E que, convenhamos, a gente só diz que não tem importância alguma depois que tem a preta na cintura. É uma maneira de motivar o praticante, sem dúvida.
Abraços,
Rodrigo

Offline GEM

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1.666
  • Votos: +1/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #23 Online: Novembro 10, 2012, 11:07:31 »

As faixas entraram simplesmente como forma de adequação ao Butokukai, para que o karate
fosse reconhecido. Sistema do Kendo e do Judô, mera questão política. E que, convenhamos, a gente só diz que não tem importância alguma depois que tem a preta na cintura. É uma maneira de motivar o praticante, sem dúvida.

Touché! ;)
Karate Wado Ryu

Offline Tsuki

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1.054
  • Votos: +1/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #24 Online: Novembro 10, 2012, 11:11:16 »

As faixas entraram simplesmente como forma de adequação ao Butokukai, para que o karate
fosse reconhecido. Sistema do Kendo e do Judô, mera questão política. E que, convenhamos, a gente só diz que não tem importância alguma depois que tem a preta na cintura. É uma maneira de motivar o praticante, sem dúvida.

Touché! ;)

Pensei a mesma coisa!   ;D ;)
Oq define um bom Karateka segundo Shoshin Nagamine:

"Punho infernal, coração santo."

Offline André125

  • Full Member
  • ***
  • Mensagens: 140
  • Votos: +0/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #25 Online: Novembro 10, 2012, 13:22:15 »
Pelo menos em Okinawa a faixa coral é utilizada somente em eventos comemorativos, a cor é tirada da própria bandeira de Okinawa e a grande maioria dos mestres utilizam a faixa preta normal nos treinos

Offline Kohai_Taigen

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 355
  • Votos: +0/-0
  • André Lima
    • Kohai Karate Do
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #26 Online: Novembro 10, 2012, 15:33:54 »
Pelo menos em Okinawa a faixa coral é utilizada somente em eventos comemorativos, a cor é tirada da própria bandeira de Okinawa e a grande maioria dos mestres utilizam a faixa preta normal nos treinos

Como assim? A faixa coral vem do Judo... e o Judo é Japonês.

Agora eu fiquei confuso...
André Lima
Faixa-Preta da escola Taigen de Karate Shotokan.

Offline katsumoto

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2.936
  • Votos: +2/-19
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #27 Online: Novembro 10, 2012, 16:29:39 »
Uma coisa eu tenho certesa.
Todos respeitam um FAIXA PRETA, mas nem todos respeitam um Faixa Coral, que nao tem nenhum significado para um LEIGO.

Treinei para ser um Faixa preta,PORTANTO NEM CAMPEONATO Da WKF me fara tirar ela da cintura.
KATSUMOTO-Prof. Roberto Sant Anna

Offline Mestre Luciano

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 728
  • Votos: +0/-0
  • Treinando com afinco para lapidar o espírito.
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #28 Online: Novembro 10, 2012, 18:56:18 »
Sinceramente acho a faixa coral ridícula.
Esses dias vi o Rogério Sampaio de faixa Coral...RI-DÍ-$%&!-LO, apesar de seu uso ser regulamentar no Judô.

Já no Karatê chamo de "embuste". Vontade de aparecer.

O sensei Benedito Nelson usa faixa coral, mas ele, mais do que ninguém devia ostentar a FAIXA PRETA, pois foi o 1º Brasileiro a conquistá-la, segundo rezam as lendas. ;)

OSS
« ltima modificao: Novembro 10, 2012, 19:00:32 por Mestre Luciano »
ルチアーノ - Luciano - Karateca e Judoca.
Kyokai Karatê Dojo        www.kyokai.com.br

O Karatê deve ser treinado e não discutido. OSS

Offline Cabadapest

  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 990
  • Votos: +2/-0
Re:Interpretações Acerca do Karate-dô, Estilo Shôtôkan
« Resposta #29 Online: Novembro 10, 2012, 20:19:07 »
Entendo os motivos que podem levar a acreditar que Funakoshi fosse mais "teórico" em relação ao aspecto da luta. Mas me pergunto se seria possível que um cara que não soubesse nada de luta, ou que não encorajasse ninguém a treinar assim, tenha formado pessoas como Nakayama, Nishiyama, Kanazawa, etc? Além disso, por que Jigoro Kano teria dado tanta força ao karate, logo ele que rompeu com o antigo treinamento de Ju-jutsu e criou o Kodokan, uma pessoa extremamente voltada para a aplicação práica do conhecimento? Será mesmo que o treino era só kata, sem aplicação pra luta? Sinceramente, não acredito nisso.

Ótima argumentação.
Além do mais, bom de porrada tiveram muitos, mas com capacidade intelectual para estruturar o ensino de uma arte marcial com fundamentação técnica e teórica, são raros na história.

Eu diria que a iniciativa de Anko Itosu em trazer o karate para o meio educacional, a continuidade dada por G. Funakoshi que foi mais além levando o karate para o Japão, as contribuições de Gigo Funakoshi no aspecto técnico, prepararam terreno para que Nakayama aperfeiçoasse técnicas básicas e configurasse uma forma esportiva, elementos que favoreceram não somente o karate, mas contribuiu para várias outras formas de luta.
Sem estes passos, talvez nunca teríamos conhecido o karate.

Oss!

"Aquele que está consciente de suas próprias fraquezas será senhor de si mesmo em qualquer situação." Funakoshi.