Autor Tópico: Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?  (Lida 14879 vezes)

Offline Marquinhos

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #45 Online: Outubro 30, 2012, 20:56:25 »
Não sei o que eleger como mais importante: kihon x kata x kumite, todos tem seu peso em importância. Kihon nunca foi socar o vento, quem faz assim não treina karate.

Não sei também quem estaria mais fora do rumo das coisas, aqueles desmotivados que treinam pensando somente em perder a barriga e acham que treinam karate, ou aqueles que pensam que karate é dois brutamontes de kimono se destruindo para provar não sei o que para não sei a quem.

Em termos físicos, kihon é socar o vazio sim. Cansa muito bater forte como se tivesse batendo em alguém como se não tivesse amanhã e, como não tem ninguém pra aparar o soco, tem de se aprumar pra manter a postura e o zanshin. Isso é muito demandante fisicamente e ajuda muito. Claro que não é suficiente e os anteparos são fundamentais.

O que eu quero dizer é que as coisas não se invalidam. Alternativa A não invalida a alternativa B. Fazer kihon, kata e kumite não implicam em não treinar as outras coisas que descrevi no post anterior.

Quanto ao rumo das coisas,...

As duas coisas estão fora do rumo, mas as duas coisas têm sua serventia, apesar das motivações obviamente equivocadas. Mais uma vez, o discernimento é imperativo, porém raro.

OSS!
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Offline Gustavo-RJ

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #46 Online: Outubro 30, 2012, 21:22:44 »
Ta bom, confesso, o Big Boy acertou.

Esse topico nunca foi verdade, mas que eu me diverti com o posicionamento de cada um, isso me diverti.

Professores revejam suas aulas, não fiquem estagnados como se o mundo não mudasse.
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Offline GUICOMES

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #47 Online: Outubro 30, 2012, 21:37:21 »
Existe um fator importante na equação que discerne um bom de um mau método: uso do tempo.
Professores que buscarem métodos mais práticos terão vantagem.
Por exemplo,
existem métodos mais práticos de se aprender defesa e kumite que o treino de kata;
existem métodos mais eficientes para se treinar os aspectos que o treino de kata desenvolve para não-iniciantes;
existem um método mais racional em se treinar arte marcial que o treino solitário quando em grupo.

Mesma coisa o kihom no ar.
Não existe sentido em repetir uma técnica já mestrada sem resistência, salvo treino de foco, e mesmo este... O tal espírito é treinado em sessões duras seja do que for, não especificamente se repetindo algo em especial. Resiliência também, creio que alguns rounds em saco pesado ou circuitos de Tabata demandem bem mais que golpes no ar.

Concordo que todos os treinos tenham validade, mas o objetivo deve ser observado em qualquer projeto. Se o cara não quer verdadeiramente evoluir na parte física da arte, tranquilo, só ir na aula com seu kimono limpo (e caro) e repetir o que mandarem, mas sinceramente, deveria fazer-lo em casa, assim o professor não perde tempo ensinando bêabá toda aula e parte logo pra resenha.

O treinamento deve ser progressivo, e uma  formula que faz faixas preta treinarem exatamente como faixas branca não me parece a ideal.
Por isso o motorista experiente não precisa treinar em balizas, a não ser que estacione mal. Por isso quando você tem uma prova em um mês, não vai estudar o que já sabe a cada dia.
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Offline Marquinhos

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #48 Online: Outubro 30, 2012, 21:38:51 »
Quando eu era atleta, eu treinava de 8 a 12h por dia de 5 a 6 vezes por semana. Isso envolvia diversos tipos de treino, inclusive atividades extra-curriculares. É óbvio que eu me hidratava com os gatorades da vida, pois precisava render e me recuperar pro dia seguinte.

Hoje eu não sou mais atleta. Treino porque gosto de Karate! Não treino mais do que 2h por dia e não bebo água durante o treino. Não preciso "render" durante o treino. Preciso me esforçar "até a exaustão do corpo e agonia da alma". Não vou morrer se não beber água por 2h de treino, por mais pesado que seja, e acredite, é pesado (e eu também!).

Nem tampouco meu treino será comprometido com isso. Garanto que consigo manter a forma e a técnica dos golpes apesar do cansaço e do suor intenso, principalmente hoje que foi um dia particularmente quente.

Não sei que outras formas se pode usar pra incutir o intuito do esforço. O cérebro preguiçoso nos convence de que precisamos descansar e beber água. Não é verdade! Agente sempre pode mais do que nosso cérebro acha que pode...

Funakoshi era um exemplo! Treinou até o fim e pretendo fazer o mesmo. Treino musculação 3 vezes por semana. Malho pesado, principalmente pernas e tronco. Tem me ajudado muito! O treino de hoje também não se resume a kata e kihon, temos a musculação que evoluiu muito, os anteparos pra bater, kumite, aplicação dos kata, e um monte de coisas que eu considero Karate tradicional. Se a maioria de nós não faz, é um problema individual e não da arte em si.

O problema é o tipo de gente que procura a prática do Karate e por que motivo... O perfil do aluno que vem atrás do Karate é um. O do que vai tentar aprender MMA profissional é outro.

Quando agente tenta incutir o treino sério no cara que veio se fantasiar de do-gi e fazer pose com a certeza do sundome pra não fazer dodói, o cara vai embora do dojo.

Pra mim, esse cara não serve... sinto muito!

OSS!


Marquinhos, entendo que se a parada for a regra o treino acaba durando 15 minutos. Mas não vejo como uma questão a ser tratada de maneira tão radical o caso de ventiladores e água. Qual o ganho em treinar com tanto calor e desidratado? Claro, hidratação pra dias muito quentes e treinos acima de 1h. Vontade a gente pode desenvolver de outras maneiras, acho que não precisa comprometer o treino por causa disso. Mas concordo contigo em praticamente todo o resto. Não vejo o método tradicional como ultrapassado. Incompleto, sim. Mas naquela época, o treino não ficava resumido em kata e kihon. Tinha aplicação do kata, musculação, makiwara. O Funakoshi, até idoso, usava geta só pra fortalecer as pernas. Musculação aos 90 anos.
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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #49 Online: Outubro 30, 2012, 21:45:47 »
Gicomes,

isso que VC falou, é o mesmo que dizer que kihon, kata e kumite de iniciante não é o mesmo kihon, kata e kumite de shodan, que também não são iguais aos de um sensei de sandan pra cima...

O problema é o cara treinar a 30 anos e fazer a mesma coisa que fez no primeiro dia sempre. Uma vez ou outra, tudo bem, mas todo dia é um indício de que algo está errado!

Nesse ponto concordamos!

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Offline Cabadapest

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #50 Online: Outubro 30, 2012, 22:32:43 »
O velho problema do diálogo de teclas, as vezes o SIM parece NÃO. Vou falar o que penso sobre os objetivos do kihon:
-Serve para perfeiçoamento das técnicas fundamentais - Quando se treina corrigindo e repetindo movimentos específicos;
-Ajuda na memorização pedagógica de sequencias de golpes;
-Na preparação física aeróbica, anaeróbica, RML, etc.

Dependo do empenho e envolvimento do atleta, é um esforço físico e intelectual, que o tornará mais hábil, rápido, etc. Só que tem que saber fazer a ponte entre o kihon que se está fazendo com o resto da aula: frente-a-frente com companheiro, aplicação dos mesmos no makiwara, saco de pancada e até no kata.

Agora se a prática mais comum nas academias é torrar a aula toda para frente e para trás os mesmos fundamentos o ano inteiro, no finalzinho (5 minutos) fazer um kata ou uma sombrinha, é culpa da falta de estudo e criatividade dos professores.
Daí neguinho vai assistir uma aula de OUTRA COISA e vê a galera usando manoplas, aparador de chute, elásticos,  batendo em saco, bob sparrying, lutando com protetores, etc. Só pode achar que o karate é uma $%&! mesmo.

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Offline Gustavo-RJ

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #51 Online: Outubro 31, 2012, 06:28:30 »
Cabadapest resumiu bem o que penso.

Independentemente da aula ser boa:
Aula chata = academia vazia
Aula divertida = academia cheia

Por isso WanderLee tem seu espaço.

Se a média de idade da sua academia está acima de 20 anos, tem algo errado. Temos de atrair os jovens.
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Offline Pedro

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #52 Online: Outubro 31, 2012, 10:45:40 »
Olá!

Se a media de idade deve ser de jovens,
então a Mushin está fudida.
 :'( :'( :'( :'( :'(
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Com o "Obi", amarre seu corpo ao seu espirito,e vai em frente.

Offline Gustavo-RJ

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #53 Online: Outubro 31, 2012, 11:28:14 »
Mas Pedrão, é isso mesmo, precisamos de sangue novo ou vai acabar.

Tem de se bolar um jeito de se chamar os jovens, vai ser dificil pois nem o Machida conseguiu. E ninguem mais acredita em Karate Kid nem em Bruce Lee.

Comprei a passagem pra dia 8.
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Offline GUICOMES

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #54 Online: Outubro 31, 2012, 13:24:39 »
Observei isso ao longo de muito tempo, enquanto assisti muitos amigos largando o karate por outras atividades e os professores reclamando de dojo vazio.
Certas medidas simples teriam feito com que inclusive MEU sensei tivesse mantido seus alunos.

Saibam que aqui no RS é frio pra cacete no inverno, e provavelmente uns 80% dos dojo que conheço ainda se treina em chão de cimento ou parquet. Isso espanta metade dos alunos, todas as crianças e põe em risco a saúde de quem treina, seja por constantes resfriados ou uma queda acidental, como já vi um amigo ficar com um joelho $%&! pra sempre por isso.

Os dojo não tem sacos de pancada pendurados, aparadores nem $%&! nenhuma. Os alunos não são estimulados a comprar equipamentos de segurança que os levariam mais longe, pois os professores são toupeiras que rezam pela cartilha da federação, e até neste fórum acham que caneleira e luva é coisa de kickboxing. Só ficam lutando aquela lutinha do karate e puxando o saco de japas anos 70 e lutadores pula-pula.

Praticamente nenhum faixa marrom que conheça tem sequer protetor bucal já que nem se encostam, e se tem, raramente carregam consigo porque o método semanal é enlatado. Nunca entendi como alguém espera sair faixa preta de uma luta sem lutar quase todo o treino.
Bom sistema é aquele que ensina defesa pessoal, não aquele que ensina a "ficar bom de karate".

Nunca vi aulas planejadas por parte de professor nenhum (nem em curso de japonês) a fim de entregar resultado, os caras pensam: "hmm, com o que vou preencher o tempo? Ah, já sei, mae geri ou heian sandan, e falar de como o treino do Funakoshi era pesado".

Ninguém emagrece ou entra em forma, ninguém aprende a se defender, raros dojo são bons de competição também, pois se limitam a copiar uma ínfima parte do treino dos campeões, e por aí vai.

A culpa é dos professores. Quantos tem registro de quem entrou e seu objetivo, e de quem parou de treinar e o motivo, pra começar? quanta grana entrou; quanto se investiu; tem plano de marketing e comunicação; de preços e promoções; horários ajustados; instrutores competentes; que se preocupam com segurança, água, atividades extra-dojo, currículo que ensine karate ao invés do conteúdo do exame + forma de competir, trás cursos, ensina sobre saúde e alimentação,  faz camisetas e brindes, separa as turmas por nível ao invés de cor de faixa (quando separa), planeja apresentações e campeonatos que vai participar, escolhe sua federação ao invés de cair nela de para-quedas, dispõe de equipamentos pra usar e vender? NENHUM.
Kimono de 250 pau todo mundo tem, e uns 3 ou 4.

Descobri que não é difícil dar aulas pra crianças - elas devem ser bastante estimuladas, deve-se sempre mostrar que elas conseguem fazer. As aulas devem ser mais curtas e devem ficar bem ocupadas com jogos e gincanas. O mais difícil é a questão de posicionamento, pois é $%&! trabalhar com diversos públicos em um dojo. Ele pode ser conhecido como um dojo para crianças, um dojo para adultos, ou um dojo voltado para competição, ou defesa pessoal, ou é o dojo dos brigões, etc. Os caras tentam misturar tudo de acordo com a personalidade do sensei e acabam com 10 alunos de nível e idade misturados, flutuando no dojo.
Já os adolescentes tem que sair da primeira aula impressionados, e sempre serem estimulados a competir. Aula de professor gordo sendo tratado como mestre em suas aulas de soco no ar é chato. Aí o aluno ainda descobre que o cara é quinto dan e a casa cai.
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Offline GEM

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #55 Online: Outubro 31, 2012, 15:33:26 »
Quanto mais eu leio, mais satisfeito com meu Sensei eu fico. ;)
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Offline Lourival Silva

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #56 Online: Outubro 31, 2012, 15:58:53 »
Citação de: GUICOMES
Observei isso ao longo de muito tempo, enquanto assisti muitos amigos largando o karate por outras atividades e os professores reclamando de dojo vazio.
Certas medidas simples teriam feito com que inclusive MEU sensei tivesse mantido seus alunos.

Saibam que aqui no RS é frio pra cacete no inverno, e provavelmente uns 80% dos dojo que conheço ainda se treina em chão de cimento ou parquet. Isso espanta metade dos alunos, todas as crianças e põe em risco a saúde de quem treina, seja por constantes resfriados ou uma queda acidental, como já vi um amigo ficar com um joelho $%&! pra sempre por isso.

Os dojo não tem sacos de pancada pendurados, aparadores nem $%&! nenhuma. Os alunos não são estimulados a comprar equipamentos de segurança que os levariam mais longe, pois os professores são toupeiras que rezam pela cartilha da federação, e até neste fórum acham que caneleira e luva é coisa de kickboxing. Só ficam lutando aquela lutinha do karate e puxando o saco de japas anos 70 e lutadores pula-pula.

Praticamente nenhum faixa marrom que conheça tem sequer protetor bucal já que nem se encostam, e se tem, raramente carregam consigo porque o método semanal é enlatado. Nunca entendi como alguém espera sair faixa preta de uma luta sem lutar quase todo o treino.
Bom sistema é aquele que ensina defesa pessoal, não aquele que ensina a "ficar bom de karate".

Nunca vi aulas planejadas por parte de professor nenhum (nem em curso de japonês) a fim de entregar resultado, os caras pensam: "hmm, com o que vou preencher o tempo? Ah, já sei, mae geri ou heian sandan, e falar de como o treino do Funakoshi era pesado".

Ninguém emagrece ou entra em forma, ninguém aprende a se defender, raros dojo são bons de competição também, pois se limitam a copiar uma ínfima parte do treino dos campeões, e por aí vai.

A culpa é dos professores. Quantos tem registro de quem entrou e seu objetivo, e de quem parou de treinar e o motivo, pra começar? quanta grana entrou; quanto se investiu; tem plano de marketing e comunicação; de preços e promoções; horários ajustados; instrutores competentes; que se preocupam com segurança, água, atividades extra-dojo, currículo que ensine karate ao invés do conteúdo do exame + forma de competir, trás cursos, ensina sobre saúde e alimentação,  faz camisetas e brindes, separa as turmas por nível ao invés de cor de faixa (quando separa), planeja apresentações e campeonatos que vai participar, escolhe sua federação ao invés de cair nela de para-quedas, dispõe de equipamentos pra usar e vender? NENHUM.
Kimono de 250 pau todo mundo tem, e uns 3 ou 4.

Descobri que não é difícil dar aulas pra crianças - elas devem ser bastante estimuladas, deve-se sempre mostrar que elas conseguem fazer. As aulas devem ser mais curtas e devem ficar bem ocupadas com jogos e gincanas. O mais difícil é a questão de posicionamento, pois é $%&! trabalhar com diversos públicos em um dojo. Ele pode ser conhecido como um dojo para crianças, um dojo para adultos, ou um dojo voltado para competição, ou defesa pessoal, ou é o dojo dos brigões, etc. Os caras tentam misturar tudo de acordo com a personalidade do sensei e acabam com 10 alunos de nível e idade misturados, flutuando no dojo.
Já os adolescentes tem que sair da primeira aula impressionados, e sempre serem estimulados a competir. Aula de professor gordo sendo tratado como mestre em suas aulas de soco no ar é chato. Aí o aluno ainda descobre que o cara é quinto dan e a casa cai.

Vixe!!!!

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Offline Alexander dos santos

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #57 Online: Outubro 31, 2012, 15:59:44 »
Eu estou completamente convencido que o karatê deve ser completo. Física e técnicamente falando.

Continuo achando que Kata, Kihom e kumitê, são 3 faces importantes que formam o todo do karatê.

Entretanto, cada um tem sua importância. O problema, é que o treino do kumitê deve ser complementado com outras coisas que vão lhe dar mais visão de distância, tempo de golpe, reflexo, e outras coisas que não vai conseguir treinar em kihom e kata. Porém, sem esses dois, vc não acumulará técnica e nem memória corporal para executar os movimentos do karatê numa luta.

Entretanto, eu concordo com o Guicomes que o treino de kumitê (que na minha visão dentre as três faces do karatê, é um produto mais final) deve ser complementado com outras metodologias e com mais dinâmica, pois a luta é dinâmica.

Mas enfim... Kata e kihom continuam sendo importantes para refinar a técnica.

Offline Gustavo-RJ

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #58 Online: Outubro 31, 2012, 17:40:57 »
Xandão, como vc disse "para refinar a técnica."

Fui numa aula nos States e o cara tem um cartão para cada aula do pião.

1a aula - Kizame, gyaky, maegueri com a perna da frente.
2a aula - Uppercut, mawashitsuki, mawashi com a perna da frente.
e por ai vai, tem ate chute rodado.

Em 1 ano o cara sabe uma porrada de coisa, tudo mal feito, mas esta felizão. Vai continuar treinando aquela $%&! e se sair na porrada com um iniciante que fez kata e kihon, vai meter a porrada (principalmente pq ate faixa verde ninguem vai ensinar a lutar).

Resultado o Gringo fica, compra ate uma faixa pra amarrar na cabeça e o nosso enche o saco e sai. Eu mesmo não sai, pq via a porradaria dos pretas que não era facil, tinha o Takeuchi que era um ícone e mal ou bem a equipe ganhava uns campeonatinhos que nos motivavam a querer chegar lá.

Minha filha vai pra capoeira.
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Offline Gon

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Re:Minha mulher que fazer Muai Thai, e agora?
« Resposta #59 Online: Outubro 31, 2012, 18:15:53 »
Vou jogar uma $%&! lenha na fogueira agora:

Apesar de eu gostar de praticar kata e ver nele benefícios físicos e mentais (coordenação motora, diversos movimentos, aeróbico, relaxamento etc.), não há como dizer que ele é essencial pra formação de um karateca de qualidade. Em termos de defesa pessoal e luta, o que se pode aprender em kata que não se pode aprender em exercícios em dupla ou kihon?

Com que base pode-se afirmar que tekki vai ensinar o cara a se defender em lugares estreitos e bassai dai vai ensinar a "romper fortaleza" (superar um oponente mais forte)? Ou entao heian godan ensinar a esquivar de golpes baixos pulando por cima? Me parece uma crença e nada mais. Mas só de falar isso a maioria já surta.

Os mestres e professores falam que é fundamental pra refinar a técnica, aprender defesa-pessoal, etc. (muitas vezes os mesmos professores nunca passaram bunkai pro seus alunos pelo menos saberem o que é aquilo que tão fazendo). Mas isso só da pra descobrir fazendo experimento: Pegar uma grande amostra de pessoas, dividir em dois grupos, e colocar pra praticarem karate. Um grupo sem kata, outro grupo com kata, e ver qual o resultado dos dois pra defesa pessoal e luta depois de x tempo.

Mas óbvio que um experimento desses nunca vai acontecer.

Sinceramente, vejo muito misticismo em torno da prática desse pilar de karate. Como eu já disse, eu gosto e vejo como parte do karate, mas será que ao invés de perder 20 minutos por aula treinando kata, pra fins de defesa pessoal e kumite, não seria mais útil estar treinando kihon, yakusoku kumite, ou condicionamento físico? Será que não estamos tratando de uma metodologia que foi criada a centenas de anos e pode estar ULTRAPASSADA?

Não sei se me expressei bem, $%&!-se também, to cansado pra $%&! no momento.
« Última modificação: Outubro 31, 2012, 18:19:19 por Gon »