Quanto mais veloz eu fico nos dedos do teclado, menos eu treino.
Fui pro arrastãozinho de sábado. Arrastão-geral é com os atletas, depois do meu treino - neste eu fico só sentado, na arquibancada, sem forças pra tirar o kimono e triste vendo aquela disposição da gurizada, naquele calor infernal, sem vento, pra minha revolta.
No arrastãozinho treinei kihon e bunkai com um jovem faixa verde. O guri tava com o capeta no couro. Aquela disposição me irritava porque eu precisei arrancar uma força que eu não tinha, depois do almoço. A raiva me fêz levar o treino feito um louco até o fim. Nem fui pra musculação depois.
E foi no meio daqueles katas diabólicos do Goju Ryu e kihons em que o mais simples tem três bases diferentes que eu percebi o quanto eu não sei absolutamente nada pra ficar aqui, conversando a respeito de hipotéticas soluções para o karatê no Brasil.
Se no shotokan a gente precisa treinar três vezes alguns katas em casa, com o cachorro pulando nas pernas da gente, baixando a janela pra vizinho não achar que a gente tá surtando, no Goju tem de se treinar, olhando pra algum vÃdeo, umas dez vezes, se quiser que a brincadeira saia com um kime decente. E você pode correr o risco de pegar um kata da Net diferente daquele que em sua escola é praticado. Se meu sensei tiver paciência comigo e eu sobreviver, dificilmente envelhecerei com Alzheimer fazendo Goju Ryu. É um karatê complexo.
Fico agora pensando nos posts curtos do sensei Pedro (quando escrevo assim é porque não é brincadeira. Em outras vezes escrevo só "Pedrão") em que ele simplesmente diz: vão treinar. Mais uma lição aprendida.
[]´s
BigBoy