Autor Tópico: CREF  (Lida 8698 vezes)

Offline Renê

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CREF
« Online: Abril 17, 2004, 16:20:53 »
Recentemente, foi anunciado a obrigatoriedade da posse do CREF (Conselho da Educação Física) para professores de artes marciais. Dado o contexto histórico das artes marciais no Brasil, raramente os professores possuem formação em Educação Física, porém, possuem larga experiência no domínio do corpo e prática da sua profissão.
Para aliviar o problema, o CREF realizou um "provão" com todos os professores de artes marciais, com uma quantidade mínima de horas, para que os professores já em exercício sejam regularizados.
O que você acha da exigência do CREF para lecionar artes marciais? Convém a formação acadêmica ou a experiência profissional?
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Offline BigBoy

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CREF
« Resposta #1 Online: Abril 17, 2004, 16:54:09 »
Colocado da forma que está, o CREFI só quer moder anuidade da galera.

Eu penso que este desejo de "morder" do CREFI veio de um fato triste:
praticamente não conheço academias modernas onde o professor
mantenha uma foto do mestre que lhe formou, além da do Funakoshi,
no caso do Karatê. Por briga ideológica, por grana, por ambição deste ou
daquele, acontecem estes afastamentos. Essa desunião, essa
heterogeneidade e consequente fraqueza estrutural criou um terreno
fértil para os espertalhões do CREFI faturarem.

Teve uma vez, numa academia de musculação de esquina onde eu
treinava, que se passava um rola em cima de uns colchonetes
improvisados como tatame. Eu ali, de olho, enquanto fazia uma série
e outra, que o "professor" não atuava intercedendo lutas mais perigosas,
muito pelo contrário. De repente, o esperado: um mata-leão com o
aplicador por cima, não dando pra ver a face do afogado por baixo. O
cara apertou e apertou, talvez tentando ver quando os olhos do cara
fossem saltar fora do rosto. Quando ele se cansou, ele o "lutador" e não
o "professor", foram ver o afogado. Já havia quase um minuto em que
o menino estava com uma parada pulmonar, com a boca roxa. O
"professor" saiu correndo pela academia atrás da dona, que era
"professora de ed. física" para socorrer o menino, e ela veio correndo
PRA CIMA DE MIM, que tinha conversado comigo um dia onde eu tinha
lhe dito que tinha feito um curso de salvamento. Nem precisou de
respiração boca a boca nem massagem no tórax, pois aquela criaturinha
de Deus só precisava de oxigênio circulando. Ergueu-se depois, com
dores de cabeça e nunca mais voltou à "academia".

   Isso e muito mais é consequência de uma formação "rápida",
desagregada de ensinamentos colaterais à luta propriamente dita,
 onde o "professor" sequer tenha tido noções paramédicas básicas. Só de
ajudar nos campeonatos, colaborar com enfermeiros, atuar algumas
vezes como paramédico, um mês no mínimo, é que um cara desses
poderia ser posto à frente de uma academia.

   Como fazer isso se as estruturas administrativas das artes marciais
são ramificadas? Cada um preocupa-se com seu próprio faturamento.
No karatê, só que eu saiba, de shotokan, aqui no BR, tem a CBK, CBKT,
e a CBKS.

   Aí os tubarões de plantão, de olho nisso, caem matando.

   Para dois professores de karatê, de igual formação (mesmo mestre),
igual capacidade didática e afinidade (como se isso fosse possível), um
deles sendo Bacharel em EDFis, eu prefiro a este.

   No fogo cruzado, se eu vivesse disso, e tivesse condições financeiras
para tal, eu procuraria fazer um destes cursos de faculdades particulares
noturnas à base dos R$ 400,00/mês. Duram 3 anos e são reconhecidos
pelo MEC. Nem que eu fosse uma ou duas vezes por semana e tirasse
esse curso em mais tempo. Disto, pro resultado da briga que desse, eu
teria um canudo desses para calar a boca de quem viesse encher o
saco.


[]´s
BigBoy

Neto110

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« Resposta #2 Online: Abril 17, 2004, 19:34:11 »
Isto é notícia atual?

A última notícia que tinha era a seguinte: os CONFEFs iriam avaliar quem estava atuando na área antes da regularização dos COFEFs e estes receberiam o título por mérito.

A partir daí haveria necessidade de fazer algo.

Quando o cursos (atividades caça-níqueis) iniciaram alguns grande s professores recusaram-se e o MInistério Público entrou na jogada obrigando os CONFEfs a devolverem o dinheiro.

A idéia do CONFEF era ganhar grana do governo cobrando anuidade dos professores de educação física das escolas, mas os  nossos legisladores retiraram isto do texto da lei.

Acho que academias de musculação e ginástica deveriam ter este registro mas academias de artes marciais não.

Dei aula em faculdade de Educação física, minha esposa é Mestre em Educação Física e, nõa fosse ela faixa preta, nao teria nenhuma formação para dar aula de arte marcial nenhuma porque ser professor de uma arte marcial é muito mais que sentar num banco de escola e fazer provas , é uma opção de modo de vida que trancende o pensar acadêmico.

Quem estiver tendo problemas com o CONFEF procure o ministério público da sua cidade, mas se informe antes com a história da coisa toda no rio de Janeiro que é aonde o movimento dele é mais forte e aonde está levando mais surra por ter agido com má fé e à sombra da lei.

Neto110

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« Resposta #3 Online: Abril 17, 2004, 19:39:30 »
Sobre a formação do professor (esqueci de postar), o amadorismo das confederações e federações faz surgir  as academias com professores sem qualificação.

Sou médico e garanto para vocês que formação ruim no campo da reanimação cardiopulmonar (que afinal nunca deveria ser necessario ser feito dentro de academias) e pior que nenhuma formação, porque o mal feito gera mais problemas que o não fazer nada e correr para um pronto socorro.

P.S.: Profissional de educação física não é obrigado saber fazer reanimação cardio respiratória não. Nem faz parte do curso regular. Quando muito é dado um curso dado pelos orientadores do SIATE na cidade, que muitas vezes nem são médicos e nem atuam na área de emergência no suporte avançado de vida que é a qualificação que precisa ter para dar conta de dar os porques das ações a se ter nestes casos.

Offline Renê

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Como ficou...
« Resposta #4 Online: Abril 17, 2004, 21:44:18 »
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Neto110

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« Resposta #5 Online: Abril 19, 2004, 11:21:13 »
LI o texto.

pelo qeu entendi, eles entendem que devmos pagar para eles e nos curvar aos seus paradigmas descaracterizando nossa prática, a justiça discorda.

Offline Luiz

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« Resposta #6 Online: Junho 30, 2004, 14:24:09 »
Acredito que se as federações e confederações, tivessem propósito sério, honesto, transparente, não seria e nem teria porque o CREFIS se intrometer.
Alguma federação tem base para fechar qualquer academia de karate  mesmo sabendo que o "professor" não tem conhecimento algum para poder ministrar aula?
Se alguma federação expulsa alguem o cara vai se filia a outra, que digamos de passagem conheço algumas que para arrebanhar mais academias  até oferecem graduação superior pros caras.
Infelizmente vemos mestres dirigindo essas federações.

Luiz
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Offline Sakuraba

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« Resposta #7 Online: Junho 30, 2004, 15:00:55 »
A CBK pra aceitar filiação de pretas de outras federações faz os cara voltarem pra marron

Neto110

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« Resposta #8 Online: Junho 30, 2004, 20:55:03 »
A CBK é a confederação com a história menos séria e menos confiável dentre todas as que conheço.

Uma instituição caça níqueis que é dominada por gente sem mutos compromissos reais com a divulgação do esporte mas com uma lista de preços bem grande e salgada.

Como reconhecimeno de faixa é, em última instânica uma grande vaidade prefiro não gastar muito com isto e quando for gastar pretendo gostar da história e do grupo que está ali engajado na administração.

Offline Sakuraba

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« Resposta #9 Online: Julho 01, 2004, 00:19:05 »
Respeito sua opinião mas de todas as que eu conheço (tradicional, interestilos e CBK) a CBK é a menos pior, sendo que a Interestilos é uma piada...

Todas as pessoas próximas de mim que estão envolvidas na FPrK são pessoas sérias.... quem pode falar disso melhor é o Big Boy que foi aluno do eterno presidente da nossa federação

Offline junior_budoka

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« Resposta #10 Online: Julho 01, 2004, 09:03:19 »
Olá sensei Neto!!

Gostaria de saber qual Federação o senhor considera a mais correta, e porque??

Offline junior_budoka

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« Resposta #11 Online: Julho 01, 2004, 09:24:29 »
Com relação a esse assunto do CREF, também acho que é só pra arrancar dinheiro dos professores, mas em alguns casos  essa exigência é até válida porque conheco muitos professores que nunca tiveram ensinamentos a esse respeito.
Mas o controle disso deve ficar na mão das federações e não do CREF, porque é nas federações que estão os responsaveis das artes marciais. Sei lá, esses assunto ainda vai dar muito o que falar!!

Neto110

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« Resposta #12 Online: Julho 01, 2004, 22:01:12 »
Saudações.

Conheço as federações de alguns estados e a turma que controal as confederações pertence aos estados.

Não defendo com unhas e dentes nenhuma delas porque nenhuma tem um passado íntegro ou então tem um presente problemático mesmo.

Ser boa ou ruim depende do estado em qeu estamos, quem não conhece a história dos presidentes fica com o que contaram sobre eles e isto é uma motivação muito corrompida para ser usada para qualquer avaliação séria.

Sobre as federações dos estados do sul, não conheço nenhuma a fundo para fazer qualquer comentário.

Nordeste conheço algumas (nao mais que 30% dos estados) sudeste conheço só nao conheço direito do Espírito santo mas conheço um pouco da história de lá, NOrte sei o que está acontecendo e Centro Oeste tenho conhecimento de todos os estados.

Prefiro não emitir juízos, mas incentivo os karatekas a procurar conhecer as histórias envolvendo as federações e avaliem suas estruturas.

Hoje as federações agem assim: ou dou o dan ou alguém dá. O comércio em torno das graduações funciona desatrelado de um sistema de qualificação e isto equivale a fazer uma prova sem ensinar o que vai ser cobrado.

Em minha academia minhas aulas são fundamentadas no currículo que montei para qualificar meus alunos e não encontrei quem me convencesse que esta idéia ou aquela é melhor que os fundamentos que defendo como a personalidade do karate.

Aprendi muito de movimentos de karate com muitos professores de karate e acho que eles aprenderiam muito de didática e pedagogia com bons livros. (Não defendo de  modo algum o CREF que é uma instituição caça níqueis como as federações).

Offline kaleo

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« Resposta #13 Online: Julho 02, 2004, 00:03:54 »
Neto.. os seus alunos fazem exame yudansha com você?  Ou você aprova a avaliação de grau das federações?

Se seus alunos fazem exame de grau com vc mesmo, vcs não participam de competições de forma alguma? (pelo que eu entendo, seus faixas pretas só poderiam participar de competição se eles tivessem sido formados yudanshas pela federação do seu estado). O que você me diz sobre estes exames das federações?

Gostaria de saber o que vc tem a dizer sobre a FMK. Você se incomodaria de falar sobre? Sou de Minas Gerais, federado pela FMK. A impressão que tenho é que nossa federação visa o enriquecimento (não do karatê, mas dos organizadores) através de competições e cursos obrigatórios para graduação. Não vejo o nosso presidente tomar uma iniciativa que agregue conhecimentos aos seus filiados. Talvez 1 ou 2 eventos... por ano. Se bem que, pelo que vejo os comentários, isso é uma doença geral entre as federações.

Diz aê...

[]s

Neto110

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« Resposta #14 Online: Julho 02, 2004, 07:33:06 »
A Federação mineira era formada apenas pelo grupo dos faixas pretas de Belo Horizonte som a sombra do Meste AKo Yokoyama. Na minha época 1995 e antes faziam um bom trabalho de auto promoção e BH ganhava tudo.

Quando o interior começou a se destacar, a princípio houve rivalidade e depois os professores de Uberlândia entraram no sistema (tanto que são força política na CBK hoje) e atuam como você vê.

Desde minha época era feito isto que você desconfia, não há seriedade mas uma máscara de seriedade e quando você se aproxima um pouco tem que tomar medicamento para vômito para não colocar o conteúdo do estômago para fora se você tem pruridos morais ou calmante para nao se irritar e chamar a polícia.

Sobre os exames de Faixa preta. Já levei alunos para exames em outras organizações e meus alunos eram bem aprovados quando havia um mestre japones na banca, quando eram mestres nacionais, também eram ams não tenho muita certeza se eles possuem o DO e o prumo que quero que eles sejam avaliados, por isto prefiro nem levar.

Como estão se acumulando faixas marrons aqui só tenho 2 opções este ano: ou me convenço (tomo calmante e remédio para vômito e vou na que estou "namorando" com este fim) ou crio uma organização nos moldes que imagino que me permita dar esta graduação (considerando que já fundei 2 federações fazer isto é relativamente tranquilo) dentro do que eu entenda correto.

Sobre competições: nossas competições internas são mais pesadas que os campeonatos brasileiros que asisstie ninguém é roubado descaradamente porque um atleta não pode perder porque "tem nível internacional" como já ouvi por aqui depis que o nível internacional levou DEAI e soco na nuca e anularam o golpe. De resto, a maioria dos meus alunos nem quer participar de competição usam o karate para um propósito mais marcial. Aceitam a competição e irão a ela se entenderem haver uma boa organização mas não a veem como essencial