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Tópico:
"Ritual de passagem" após as promoções
 
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Tópico: "Ritual de passagem" após as promoções (Lida 5210 vezes)
Neto110
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Online:
Janeiro 08, 2005, 20:36:23 »
Foi iniciada uma discussão dentro do tópico de discriminação da NKK contra os não japoneses o que significaria o chamado "batizado" dos novos Faixas pretas após sua graduação.
Vários colegas defenderam a sua existência para marcar uma passagem, para mostrar alguma coisa para eles, etc. Argumentaram que ninguém morre por isto, que discutir isto seria erudição desnecessária, que é necessário, e por aà a discussão seguiu entre os que defendem.
Claramente estou entre os que não defendem a tal situação e vou argumentar.
Em todas as culturas, para algumas situações de transição, a sociedade cria um ritual para "oficializar" o novo status. Entre algumas tribos de Ãndios, por exemplo, o pequeno Ãndio só é considerado homem quando passa por um ritual que envolve alguma atividade na tribo.
Já se discutiu que isto ocorre quando não há muita clareza da sociedade com respeito aos critérios a se usar para definir a tal situação, pois quando existem critérios claros, inexistem tais rituais.
Um exemplo deste tipod e ritual é o trote que ocorre nas universidades em relação aos novos alunos: marca a passagem de secundarista a universitário.
Ocorre que em nossa sociedade moderna os rituais perderam muito de seu sentido e ganharam outros sentidos como reflexo da propria desestruturação moral da sociedade.
Os trotes, por exemplo, passaram a incorporar a raiva, a vontade de subjugar e dominar(humilhar) o outro e se tornaram perigosos a ponto de causar comprovada a morte de calouros mais de uma vez, motivando o ministério público a intervir para impedir que a selvageria desenfreada fizesse mais vÃtimas. Muitos reclamaram mas lentamente uma nova tradição surge dentro das faculdades e independente de ser perigosos refletem a expressão de um sentimento muito ruim e em nada contribuem para a transição do aluno que chega para seu novo status.
Os batizados tem muito de cerimonial de passagem, algo que marcasse que aquele aluno não é dangai mais mas DAN.
Neste momento, terÃamos todos que refletir:
Quais critérios usamos para tratar alguém como DAN ao invés de DANGAI?
Qual a diferença entre o treinamento de um DANGAI e um DAN?
Quando pensamos isto, poderemos refletir se o que ocorre no ritual de passagem citado no Karate realmente é inofensivo e valoroso no seu propósito.
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BigBoy
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #1 Online:
Janeiro 08, 2005, 20:47:51 »
Uma das respostas poderia estar ligada ao seguinte fato:
É "maioria" a parcela de alunos que não participam de competições.
Uns por depreparo, outros por medo, outros por pura opção ideológica.
Logicamente, com o passar do tempo, estas pessoas vão, através de
seus esforços, galgando honestamente às faixas que têm direito. Uma
hora chega a faixa marrom e o professor se vê diante de um impasse:
lá está aquele aluno, praticante assÃduo de todas as aulas, que levou
um ou outro golpe de perna jodan no rosto, uns três gueakus na cara,
com o direito de amarrar uma faixa preta na cintura.
O quê fazer? Como dizer a esse velho, graduado e esforçado aluno,
que o karatê ainda guarda algumas "surpresas" para ele?
Realmente, neste caso, o tal do "batizado", a "garrafada no meio
da testa deste aluno", se torna uma coisa com uma importância de
caráter formativo. Meus Deus! Um aluno vai receber a faixa preta e
nunca tomou um knok-out! Um knok-down que seja! O quê fazer?
Se ele tivesse participado de certames trimestrais, eu aposto com
vc que jamais tais simbolismos fossem necessários.
[]´s
BigBoy
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #2 Online:
Janeiro 08, 2005, 20:50:54 »
Mas, perai:
Não há condições de se conduzir este debate sem um outro assunto a
ser levado em paralelo: "quem é o atual público que procura o karatê"?
Porradaria pode ser encontrada nas mais diversas artes marciais.
SE NO KARATÊ, A ÚNICA ARTE MARCIAL QUE PRIORIZA O
AUTO-CONTROLE, isso se acabar, ela se torna uma luta como outra
qualquer e, caindo na "vala comum", há outras supostamente melhores.
[]´s
BigBoy
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Neto110
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #3 Online:
Janeiro 08, 2005, 22:36:06 »
POis é, o pressuposto que quem nunca apanhou não pode usar a faixa preta é que permeia esta sua idéia.
Já vi uma equipe ser treinada sem nenhum campeonato ou "batizado" por usn 3 anos, quando foi ao primeiro campeonato ganharam todas as categorias em que competiram inclusive nas categorias mais duras, ocorrendo que alguns atletas lutaram emc ategorias com mais de 20 atletas sem nem levar nenhum wazare, isto com a arbitragem não sabendo quem eram e nem alunos de quem eram, ou seja, pontos reais, defesas reais.
É um mito achar que para bater tem que apanhar.
Sobre o que foi citado do faixa preta que não vai a campeonatos. Tenho faixas marron assim aqui na minha academia e garanto que ele prefere ir o campeonato que enfrentar a troca de socos da academia.
O professor tem que ter claro o que espera dos alunos em cada faixa e ser honesto consigo. Não exijo que ninguém á a campeonato nenhum mas exijo que ele saiba lutar. Campeonato é só ais um local aonde se mostra que se sabe lutar, há formas piores de demosntrar isto.
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BigBoy
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #4 Online:
Janeiro 08, 2005, 22:43:06 »
Neto,
Há muito mais coisas por trás de um campeonato e vc sabe disso.
Vc não as cita por birra. É o momento em que aqueles faixas roxa
encontram outros faixas roxas, enfrentam-se, perdem e reencontram-se
na faixa marrom e um vai à desforra do outro. Depois se enfrentam
na preta por anos e anos, depois se tornam árbitros e depois, alguns
deles tornam-se professores, lÃderes de academia, "amigos" de seus
antigos rivais no objetivo comum de projetar o karatê para um lugar
único. Um sabe o quanto pode confiar no outro em uma reunião
periódica, um sabe das fraquezas do outro. Um conhece o outro e todos
se tornam uma única famÃlia.
[]´s
BigBoy
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Neto110
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #5 Online:
Janeiro 09, 2005, 20:55:13 »
Como regra, o melhor é não cultivar este tipo de sentimento, este o nosso alvo. Ressentimento, como dizia Shakespeare é tomar veneno esperando que o outro morra.
Os campeonatos não tem nada que não se possa conseguir em outras situações, embora os use também.
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #6 Online:
Janeiro 10, 2005, 11:05:58 »
Olá,
acho que o "trote" ou "ritual de passagem" pode ser positivo, se bem conduzido, como uma confraternização no caso do trote... ou uma oportunnidade do karateca ser levado ao mais próximo possivel de situacoes limite, no caso de lutas consecutivas...
É claro que, como qualquer coisa, deve ter-se bom senso... não se deve afogar o chines, nem mandar o cara pro hospital de tanto apanhar...
supondo que o professor que está conduzindo tenha bom senso, acho que não há problema algum....
até mais,
Fabio Okuyama
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #7 Online:
Janeiro 10, 2005, 14:42:20 »
Então vamos lá de novo, D O J O K U M , beleza?
Alias´, quem diz que dyu-kumite tem contato livre, de uma olhadinha nos livros do Nakayama, o karate é a "arte de um golpe só", então imagina voce que treina bem e que tem conciencia do seu "kime" aplicando um mawashi nas costelas de um colega de treino com todo o seu "Kime", imaginou??então tem que existir controle sempre, como já foi dito, existe o Muay-tay,beleza??então se é para ter batismo é só respeitar o Dojokum, e o exame de faixa já não é um batismo??não o da federaçao, mas o que fazemos nas nossas associações, pelo menos o da minha é umas 10vezes mais dificil que o da federação e tem dyu, mas o Ãndice de acidentes é minimo e todo mundo se respeita...
Abraços a todos
lusitano
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #8 Online:
Janeiro 10, 2005, 20:29:27 »
Eu concordo com o "Batizado" e concordo também que ninguém pode chegar a faixa preta sem apanhar, afinal você só aprende apanhando :wink:
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Neto110
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #9 Online:
Janeiro 10, 2005, 21:21:43 »
8O
Hwa-Rang Você acredita mesmo nisto? Bem, queria mais argumentos, porque só falar que não gosta não vale...
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #10 Online:
Janeiro 11, 2005, 08:05:10 »
Caro Neto11o
Sim eu acredito que uma pessoa só aprende a lutar depois de apanhar, você não?
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #11 Online:
Janeiro 11, 2005, 08:25:39 »
Boas!
Treinei em uma academia onde o Sensei dava suas aulas com um shinai em punho, passei quatro anos levando shinai na cabeça. No inÃcio aquilo me empolgava, pensava "...nossa, isso é que é karate, treino duro, exigente..." mas com o passar do tempo percebi que só o mesmo grupo apanhava e eu estava incluso nele, o pessoal mais "afortunado" economicamente não apanhava. Porrada em nós e piada com eles.
No dia do meu exame para shodan tive que realizar todos os katás desde a faixa branca até a marrom, todos os kihons, yakusokumite, enfim todas as técnicas aplicadas em aula e depois lutar com todos os alunos da academia incluindo os faixas pretas, sendo que eles podiam me bater a vontade e eu evitar o máximo.
Um ano depois foi a vez dos "afortunados" a realizarem seus exames para shodan, e eu lá seco para sentar a lenha, afinal no meu exame apanhei feito um condenado. Mas para a minha surpresa e para todos os outros alunos, o exame dos fortunas foi somente a execução de alguns katas, muitomal executados por sinal. Não houve kihon nem kumite, fiquei doido, os caras em menos de dois anos pegaram a faixa preta num exame ridÃculo daquele.
Aquilo passou a me envergonhar como aluno e acumulou com outros acontecimentos (já citados em outro tópico) para que eu e outros saÃssemos da academia.
Portanto se houver o batismo, que haja com consciência e bom senso somente para comemorar uma fase e não como uma forma de discriminação social e nem como forma de humilhação. Mas defendo o batismo como algo que imprima uma marca na consciência do aluno e não no corpo, pois o karate molda o carater então que isso seja aproveitado.
Valeu!
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Neto110
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Resposta #12 Online:
Janeiro 11, 2005, 17:09:51 »
Hwa-Rang a questão é complicada e o lugar comum é o que voc~e falou, mas a resposta é não. Não é preciso apanhar para aprender a lutar, como não é preciso levar um tiro para aprender a atirar, ou ter cancer para aprender a tratar cancer nem ter um filho para aprender a fazer um parto.
Por aprender eu entendo dominar a técnica.
Acredito que a confusão vem do conceito: aprenderá lutar é diferente com se sair bem em lutas. Aliás também não acredito que se tenha que apanhar para se sair bem em lutas mas isto é outra questão.
Cmo professor já preparei vários alunos co os fundamentos da arte e todos souberam se virar muito bem e muitos foram campeões várias vezes ou se destacaram bem em competições e tecnicamente eles não precisaram apanhar, receber batismos nem coisa alguma do estilo, sómente fora bem treinados e pagaram o preço para ter esta qualificação, que na minha escola não incluia apanhar.
Como são pesosas cujas pretensões não incluem ir para o Japão levar surra de japoneses, estão realizados.
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Okuyama
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #13 Online:
Janeiro 12, 2005, 11:51:05 »
hum....
mas como se aprende a lutar? lutando, não?
se fizer várias lutas, com vários adversários diferentes, "apanhar" é consequencia... mas como sempre, vale o bom senso do professor... se o kumite virar luta de homem das cavernas, ele tem que intervir...
não é necessário, mas se o médico tiver cancer, ele vai compreender melhor a situacao do paciente... se o atirador levar um tiro, ele vai entender melhor que não deve ficar atirando em qqer um... se apanhar vai saber na hora de bater, que apanhar não é legal...
bom, acredito que de qqer situação possa se aprender alguma coisa, se o aluno apanha e é humilhado, ele pode aprender que isso não é bom e não fazer isso com os alunos dele... (se bem que o que acontece normalmente é repassar isso adiante...)
Vejo hoje em dia que existem muitos karatecas "das antigas" que apanharam bastante e hoje são bons karatecas, boas pessoas... (tá certo, tem uns que não são nem um nem outro...) Mas se o treinamento "pesado", "das antigas" deu bons frutos, por que se fala tão mal dele??? ou os "bons frutos" são a minoria??
até mais,
Fabio Okuyama
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"Ritual de passagem" após as promoções
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Resposta #14 Online:
Janeiro 12, 2005, 15:38:57 »
Saudações.
Empatia é diferente de habilidade para curar.
O treino para aprender a lutar é duro mas dispensa o ter que apanhar.
Sobre antigamente o karate era encarado como a arte dos sobreviventes, cada uma valie se é isto que pretende. Eu entendo que não precisa ser assim, embora não critique quem entenda que só existe este caminho.
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