Autor Tópico: ZEN E AS ARTES MARCIAIS  (Lida 4630 vezes)

Offline Shogun

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Online: Agosto 17, 2004, 09:04:51 »
OSS!  :lol:

Por acaso, existem algumas coisas que eu não entendo sobre as Artes Marciais (Japonesas) ensindas um pouco por todo o Mundo:

1. Por que a esmagadora maioria dos cintos pretos acha que entende algo sobre ZEN?

2.Será que o ZEN vem junto com o exame de graduação para cinto preto?!

3. E se não entendem desse assunto, por que escrevem e dizem tantas tolices por este mundo a fora?

4. Quem é que entende realmente alguma coisa de filosofia das Artes Marciais, se estes mesmos "entendidos" nunca viveram no meio cultural onde elas foram desenvolvidas?

5. Uma vez que os cintos negros têm dois tipos de graduação (DAN'I e SHOGO) "graduação normal" e "graduação de instrutor" respectivamente - e sendo que também a esmagadora maioria dos cintos pretos nunca ouviram falar da graduação SHOGO (graduação de instrutor que permite a um cinto preto dar aulas) - por que há tanto instrutor dando aulas sem estar habilitado?

6. O que determina, no contexto Português a capacidade de um cinto preto de dar aulas? Qual é a metodologia, o critério aplicado e quais são os requisitos específicos para se tornar um instrutor - tornar-se no elemento que vai instruir outras pessoas para a vida?

7. Por que as graduações de INSTRUTOR não são feitas na Europa - para ter a graduação de instrutor, deve-se ir ao Japão prestar exame ou - em carater excepcional - estes exames são feitos nos campeonatos mundiais.

8. Por que alguns instrutores teimam em colocar "Sensei" antes do nome próprio? Seria um exemplo de humildade? Ou foi este o nome escolhido pelos seus pais?

9. Por que alguns instrutores idolatram Funakoshi Sensei? Quando este sabia menos que Motobu Choki e só foi ao Japão representar o Karate de Okinawa porque, sendo poeta, sabia falar japonês... Além de ter tido a "humildade" de colocar o seu próprio nome na escola que criou: "a escola do Shôtô" - Shôtôkan.

10. Por que custa tanto as pessoas verem que não há Deuses no mundo das Artes Marciais? Existiram, existem e existirão sempre seres humanos, como eu e você! E, por serem humanos também cometiam erros, tinham falhas, assim como nós.

11. Por que será que há tantos livros publicados sobre o Karate sem a menor revisão do conteúdo apresentado? Muitos chegam mesmo a ser prejudiciais e nocivos como referência sobre o Karate em si.

12. Por que será que todos querem ser "mestres do caminho"? Uma vez que, se estudassem um pouco, saberiam que grande parte da filosofia Japonesa é passado no sistema ISHIN DENSHIN e nunca com blá blá blá inútil e puramente teórico.

13. Por que alguns "mestres de zen" obrigam os "aspirantes a seguidores do caminho" a sentarem-se em posições desconfortáveis, quando nós NÃO somos japoneses e sentamo-nos em cadeiras?

14. Será que simplesmente há "sensei" demais?

Brigam por tantos DAN, uns querem mais do que os outros, sem saber que os DAN não contam como instrutor (^_^) Chega a dar pena!

* NOTA 1: Palavras japonesas não têm gênero (masculino/feminino) nem plural! Por isso, "os DAN", "os KATA"

E por hoje são só estas dúvidas. Por favor, que as respostas sejam concisas, pois, infelizmente, já estou cansado de explicações longas que não dizem nada.

Um Abraço e Bons Treinos

SHOGUN

OSS!  :lol:
Aquele que não perde as suas faculdades vive até velhoâ€

Karate Clube de Portugal
Centro de Artes Orientais

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #1 Online: Agosto 17, 2004, 17:20:30 »
Que perguntas pertinentes!!

Fazia tempo que não ouvia tantas juntas. Recomendo discutirmos uma a uma em posts separados.

Vou tratar aqui da questão da qualificação para dar aulas.

Como uma cultura corporal, possui habilitação quem domina o movimento e a crítica à aplicação do movimento. Não vejo necessidade de alguém ter que ser reconhecido "oficialmente" porque isto é claramente uma forma de dominação que limita a divulgação da arte.

Como tradicionalmente quem ensina é um faixa preta entendo que tendem os professores a fazer um ensino dirigido para isto, os faixas pretas que não se sentem habilitados simplesmente não dão aulas ou dão aulas muito ruins e acabam selecionados pelo mercado.

Os japoneses dominaram muito tempo (e muito mal) o ensino do karate criando organizações aonde uma lógica perversa incentivava mais o acúmulo de dinheiro (vocês sabem quanto custa o reconhecimento de uma organização internaiconal de quarto  quinto e sexto dan?) que a divulgação da arte.

Acompanhei os bastidores de algumas destas organizações e depóis que limpei o vômito passei a fazer umas reflexões bem duras a respeito:

1 - não entendo que alguém tenha que cobrar para reconhecer uma qualificação;
2 - a maioria das federaçãoes vende faixa preta como um produto de prateleira sob demanda;
3 - os japoneses, em termos de administração da arte estão longe de conseguir senão a cisão dos artistas marciais como a CBK que discrimina claramente quem não faz parte da "panelinha ideológica" deles;

(depois continuo)

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #2 Online: Agosto 17, 2004, 19:36:53 »
Um professor de karate enquanto cultura corporal, precisa ter uma noção da cultura que originou a arte mas não necessariamente precisa ter treinado lá, memso porque o contexto que esta arte surgiu não é o mesmo que se encontra no Japão de hoje.

Mesmo os grandes mestres japoneses de hoje estão longe do purismo xenofóbico que caracterizava os Okinawenses e japoneses respectivamente na época que surgiu o TODE e o karate moderno de Nakayama - O karate de Funakoshi tem muito pouco a ver com o Karate que treinamos, veja só o Mestre Kanazawa indicando treinamento de Kung-fu e o Mestre Asai trazendo de volta katas de forte influência chinesa para o treino de suas organizações.

NOção de cultura não se pega indo a um país mas estudando.
Entender cultura não é atividade turística mas trabalho intelectual.

O karate, hoje, tem uma face muito mais mundial que japonesa, para o desespero dos que o criaram. para impedir que morresse sepultado sob os rigores de exigencias gigantes dos mestres tradicionalistas ele foi levado aos 4 cantos do mundo e cresceu. grandes nomes surgiram fora da terra do sol nascente, que nunca será admitido por eles, numa estratégia clara de dominação cultural.

Bem, reafirmo: para reconhecer alguém instrutor, não é necessário pagar mas saber fazer. se paga para aprender e não para reconhecer que se sabe.

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #3 Online: Agosto 17, 2004, 20:03:08 »
Shogo, é um título usado num sistema de graduação que existia antes do sistema KYU e DAN (que foi inventado pelo Mestre Jogoro Kano), chamado Menkyo.

Fonte:
http://www.cao.pt/hist1880.htm

menkyo
--------------------------------------------------------------------------------
A teaching license issued in Japanese cultural arts.

fonte:
http://www.michionline.org/resources/Glossary/M/menkyo.html

Nas artes marciais mais tradicionais este título ainda é utilizado, mas a história mostra claramente que adotamos o sistema de dan kyu e teoricamente não haveria necessidade deste outro porque a JKA conseguiu o status de professores para seus faixas pretas diante do governo japonês sem precisar passar pela organização que outorgava este título.

Tive contato com o Mestre Tetsuhiko Asai, quando ajudei a trazê-lo no Brasil e pelo que conversamos (o inglês dele é parecido com o meu: horrível) a qualificação para instrutor é questão interna das organizações. Pode-se ser faixa preta e não ser instrutor embora após algumas graduações seja necessário ter a qualificação para graduar.

Na minha opinião isto é só fonte de renda para organizações, porém.

Fonte reflexão minha mesmo.

Offline Samurai-Jp

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #4 Online: Agosto 17, 2004, 20:56:30 »
Saudacoes.

Mas sensei Neto, na sua academia nao sao cobrados os exames de faixa?
Hoje karate virou uma industria sim. Mas neste mundo capitalista, como evitar isso?
Realmente, talvez seria o ideal mesmo, nao ter de pagar matriculas, comprar faixas e diplomas, cursos intensivos de um dia que se fazem na praia ou na montanha, seminarios... (mensalidades sim, para manutencao pelo menos) Qdo eu tiver meu dojo, eu tb gostaria que fosse nesse esquema.
Mas pra quem vive de academia, acho que isso tudo faz parte, e se torna necessario.

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #5 Online: Agosto 17, 2004, 21:18:37 »
Imagine só uma organização qeu você se vincula porque quer se vincular e que só te dá apoio para treinamentos se você quizer treinar, você gasta para ir lá treinar e não paga para treinar se estiver vinculado a ela e aprende porque gosta e te ensinam porque entende m que deve ser assim e reconhecem sua qualificação quando voc~e realmente a tenha.

É assim que acredito que deve ser.

Viver de academia é meio utópico, recomendo que todos tenham suas profissões e se qualifiquem para se sustentar e que a cademia seja um extra, feito com seriedade porque afinal de contas somos sérios.

Profissionalização é complicado no meio marcial.

Sobre como é na minha academia: cobro 5 reais de taxa de exame e para registro o que a federação cobra quando estou vinculado a alguma (que não é o caso atualmente), mas tenho colegas que cobram 60 reais para a faixa amarela, o que considero um roubo.

Offline Okuyama

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #6 Online: Novembro 18, 2004, 13:27:46 »
Olá,

Como o Shogum pediu respostas concisas, aqui vai:
(botando lenha na fogueira!!)

Citar
1. Por que a esmagadora maioria dos cintos pretos acha que entende algo sobre ZEN?
eles fingem que entendem para parecerem "mais espertos" e "mais elevados espiritualmente"

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3. E se não entendem desse assunto, por que escrevem e dizem tantas tolices por este mundo a fora?
ver resposta 1.

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6. O que determina, no contexto Português a capacidade de um cinto preto de dar aulas?
No Brasil, acho que é só ir no cartorio criar sua propria organização se declarar 10ºdan e "formar" "instrutores" pra dar aulas...

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7. Por que as graduações de INSTRUTOR não são feitas na Europa - para ter a graduação de instrutor, deve-se ir ao Japão prestar exame ou - em carater excepcional - estes exames são feitos nos campeonatos mundiais.
Por que os japas são $%&! e querem controlar tudo... (e dominar o mundo???)

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8. Por que alguns instrutores teimam em colocar "Sensei" antes do nome próprio?
para parecerem "mais espertos" e "mais elevados espiritualmente"

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11. Por que será que há tantos livros publicados sobre o Karate sem a menor revisão do conteúdo apresentado?
Por que tem uns desavisados que compram... e pagando, as editoras publicam...

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13. Por que alguns "mestres de zen" obrigam os "aspirantes a seguidores do caminho" a sentarem-se em posições desconfortáveis, quando nós NÃO somos japoneses e sentamo-nos em cadeiras?

Para que os alunos fiquem desconfortáveis, e vendo "os mestres zen" sentados daquele jeito pensam que eles são "mais espertos" e "mais elevados espiritualmente" Incluir ALGUNS aspectos da cultura japonesa pode "enriquecer" a aula... Mas fazer os alunos realizarem coisas que não entendem faz com que o professor "pareça mais esperto" e "mais elevado espiritualmente"

OU ficar levando e tirando cadeiras do dojo dá muito trabalho...
OU ficar sentado no dojo esparramado que nem um saco de batatas não é muito bonito...


Citar
14. Será que simplesmente há "sensei" demais?
"Sensei" em excesso e falta de Sensei...


Acho que fui meio radical em algumas respostas e simplifiquei demais outras, mas achei uma boa ressucitar o topico...

que venha o fuzilamento!

até mais,

Fabio Okuyama

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #7 Online: Novembro 18, 2004, 20:15:08 »
Fuzilar, para que?

Suas respostas foram boas.

Sensei antes do nome seria um erro? Me falaram alhures que sensei é depois do nome (o pessoal que domina a língua e os costumes podia epxlicar isto para nós)

marascas

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #8 Online: Novembro 18, 2004, 22:36:52 »
O assunto todo é muito bom e interessante, mas quero esclarecer apenas um ponto:
Eu cobro R$ 50, o exame de fx amarela, 60, de vermelha e assim sucessivamente. Mas:
 Meus alunos treinam em um clube de classe média/alta e podem pagar; Todos recebem certificado com registro da federação e carteirinha, aceitos e reconhecidos nos 4 cantos do mundo em que um dia possam ir morar. Não é o caso de quem não está filiado à entidades sérias e nem ao menos explica aos alunos que tais entidades existem e que suas graduações não serão reconhecidos em lugar nenhum fora de sua cidade!
Meu Karate é profissional. Pratico a mais de 14 anos, treino diariamente; Já "gastei mais de 10 Karate-gi; Já fui a mais de 30 cursos; 30 competições como atleta; 20 competições como árbitro; já gastei com viagens o que seria suficiente para adquirir uma casa ou apartamento novo!!!! Já comprei toda a coleção de livros do Nakaiama, Funakoshi, etc; Gasto 2 horas por dia navegando na internet ou lendo livros para aprender cada vez mais sobre Karate; Levei 5 anos trabalhando e estudando para concluir minha faculdade de Educação Física para qualificar minhas aulas e ser um melhor profissional, sempre tentando fazer o melhor pelos meus alunos e pelo Karate.
Claro, confesso que ainda não aprendí a levitar e nem matar com cuspe ou algum tipo de toque mortal ou desferir energia com as mãos ou aparar balas de 38 com os dentes...
Mas estamos no Ano 2004 e ser professor é uma profissão digna. Além de socos e chutes, formamos cidadãos, seres humanos, e somos responsáveis por aquilo que ensinamos e acreditamos (e também pelo que deixamos de ensinar).
Portanto,
Eu não sou ladrão!
Sou profissional. Dedico minha vida ao Karate e mereço ser recompensado por isso. Exame de Graduação é um auxílio finaceiro para o professor ter dinheiro para continuar se aperfeiçoando para o bem de todos os seus alunos.
É lamentável como as pessoas têm a crença de que dinheiro é algo sujo e desonesto. Isso foi pregado pelos opressores, governantes e religiosos: "seja probre e entrará no reino dos céus" ou "Venha aqui e deixe que nós vamos cuidar do seu dinheiro..."
Dinheiro pode ser bom ou ruim, depende como será usado. Como a água que serve para a sede e o cultivo de alimentos, ou serve para afogar e matar um indivíduo.

Ah! Sou filiado à CBK, sei que muitos não gostam. Pois eu também não gosto da atual situação!!!! Mas luto para que melhore. Faço a minha parte em minha cidade da maneira que posso.
Prefiro ser rabo de Leão do que cabeça de Rato!!!!!


Como já foi dito: Que venha o fuzilamento!!!!!

Neto110

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #9 Online: Novembro 19, 2004, 07:27:47 »
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Claro, confesso que ainda não aprendí a levitar e nem matar com cuspe ou algum tipo de toque mortal ou desferir energia com as mãos ou aparar balas de 38 com os dentes


mas aí é complicado! :roll:  

Preço das coisas é difícil de avaliar, por ser subjetivo.

Seus preços estão bons, vou adotar aqui. (estou bem defasado!)

Entendo que não devemos ter conflitos por cobar para ensinar, antes de mais nada somos profissionais sim. Não podemos deixar de ensinar mas se ensinamos com profissionalismo devemos cobrar e deixar o mercado nos julgar o trabalho.

Sinto falta de eventos voltados especificamente para professores de karate que falem mais que o que ouço nos cursos de mestres japoneses.

Felizmente sei que não sou voz isolada.

marascas

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #10 Online: Novembro 19, 2004, 08:26:58 »
Neto,
Com certeza falta formação para nós professores;
Cursos de marketing, de didática e pedagogia, de treinamento desportivo, de arbitragem, ou mesmo técnico de karate com uma visão mais aprofundada...etc.

Quanto a matar com cuspe acima, foi só brincadeira....rsrsrssrs

Offline Renê

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #11 Online: Novembro 19, 2004, 12:37:16 »
Citação de: "Neto110"

Sensei antes do nome seria um erro? Me falaram alhures que sensei é depois do nome (o pessoal que domina a língua e os costumes podia epxlicar isto para nós)

Em Japonês, utiliza-se o sensei após o nome. Porém utiliza-se o sobrenome antes do nome... Tudo invertido!
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Offline kaleo

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Din Din
« Resposta #12 Online: Novembro 23, 2004, 08:38:02 »
Achei muito interessante o post do Marascas.

O dinheiro é o principal fator que nos motiva a buscar uma atividade profissional e prosperar para com ela.

Ninguém trabalha de graça. Podemos gostar do que fazemos... mas não vivemos de sorrisos ou graças alheias.

Acho justo cobrar pelo que oferece. Se as condições são boas, e os serviços são muitos, vale um preço mais apurado.

Lembro-me do Samurai-JP postar aqui que estava interessado em abrir uma academia aqui no Brasil.. mas foi advertido por nós devido o retorno esperado não valer o investimento.

Amo o karatê. Pratico desde criança. Hoje pratico por hobbye e por conhecer os benefícios. Também sou motivado a montar uma escola, num futuro próximo, para ensinar karatê. Também tenho um sentimento de propor aos outros um benefício que tive para mim... uma satisfação muito grande em passar à frente aquilo que aprendi. Mas sem dinheiro, nada feito. Negócios sempre estão por trás. Em meu projeto, pretendo abrir a escola quando estiver mestrando na universidade (daqui a uns 4 anos), para me manter financeiramente sem ocupar a mente com atividades que suguem meu tempo e raciocínio. Quero dedicar aos estudos, e o karatê vai me ajudar. Tenho certeza que não terei os rendimentos que tenho hoje, trabalhando com o que faço atualmente. Vou abrir depois um post sobre este assunto.

No mais, é isso. Não acredito no karatê como serviço comunitário. Mas acredito que ele pode ser de muito mais qualidade, sem exploração.

Abraços

Offline kaleo

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #13 Online: Novembro 23, 2004, 08:49:03 »
Via agora o post do Capitalismo no Karatê. Acho que essa discussão cabe lá dentro.

[]s

User27

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ZEN E AS ARTES MARCIAIS
« Resposta #14 Online: Fevereiro 15, 2005, 22:34:12 »
Ja que o Shogun bloqueou o topico mas tinha esse entao vamos aee heheh......

Eu trabalho com Musica e Audio e vejo grande semelhança dessas atividades com o karate. São 2 atividades em que a imagem e o ego estão sempre em movimento, pois sao atividades em que voce indiretamente está sempre ''provando'' algo, ou que voce da 1000 socos de cada braço no makiwara ou que voce treina 7 horas por dia, e dai vejo a mesma semelhança em um estudante de guitarra(exemplo) que tem de estar mostrando serviço, que ele treina 7 horas por dia, que ele é bom e assim por diante, o problema é que a essencia no que diz respeito a atividade,  fica involuntariamente (ou voluntariamente) de lado e as questões que realmente importam (organização, amor pela atividade, compromisso com aquilo) não são devidamente resolvidas, dae vem o problema de termos 500 instituições diferentes de um karate que partiu de uma minuscula ilha chamada japão e muitas discussões de pessoas que insistem em dizer que o seu respectivo segmento de karate é o mais puro ou mais eficiente..... enquanto as pessoas que tem o poder nas mãos (kodanshas, presidentes de federações etc..) e tambem aquelas que dão aulas, apreciam a arte ou praticantes não terem a humildade de se juntarem e deixar o orgulho um pouco de lado
essas perguntas que o SHOGUN citou sempre vão existir e nunca terão resposta porque é algo que doi na orelha de muitos que preferem viver na mediocridade.

Abraços